Especial ZeroZen - Big Brother
BBB salvou a Globo
Como se diz no interior, a Rede Globo piscou o butiá. Para transformar o Big Brother Brasil em um sucesso foram necessários R$ 25 milhões, o maior investimento da emissora em um projeto. Se o programa afundasse, certamente o pessoal do plim-plim hoje estaria vivendo à base de prozac. Porém, contra tudo e contra todos, eivado de fraudes por todos os lados (desde a escolha dos participantes até as votações do paredão) o BBB deu certo.
Na verdade a sigla BBB poderia ser traduzida como Baita Bosta, Boninho. O diretor do programa mostrou um amadorismo insustentável na edição das imagens. O som foi péssimo, tornando muitos diálogos incompreensíveis. Quem tinha TV a Cabo ficou sem saber o resultado de provas ou o que se passava dentro do confessionário. Para piorar as coisas a seleção musical foi deprimente. Uma versão pífia da programação de emissoras FM dedicadas a empregadas domésticas.
Mesmo assim não há como negar que a espantosa audiência do programa compensou todos os equívocos. O capítulo final chegou a 59% com picos de 62%. Nada mal para um programa que selecionou o que há de melhor na escória humana e elegeu como rei Kléber, uma espécie de rebotalho de ser humano . Apesar de possuir participantes tão interessantes quanto um campeonato de xadrez para amadores, a idéia de espiar o que os concorrentes estavam fazendo agradou ao Brasil.
De certa forma a novela O Clone ajudou bastante. O programa capturou muitos espectadores da bizarra trama escrita por Glória Perez. O público deve ter pensado: um absurdo a mais ou a menos não faz diferença. Além disso, a Globo mostrou a sua força corporativa. Todas as armas disponíveis foram usadas para alavancar o reality show: internet, TV paga, rádio, jornais e outros programas da própria emissora serviram de escada para o BBB.
O mais inacreditável é que losers globais de carteirinha como Fausto Silva acabaram sendo beneficiados. Seu programa recebeu um considerável reforço na audiência graças aos participantes do Big Brother. Depois de inúmeras surras dominicais conseguiu vencer o Gugu. Até mesmo o decadente Fantástico chegou a derrotar - na média - o SBT por 31% a 26%. A Rede Globo ainda contou com as aberrações e esquisitices incluídas pelo Sílvio Santos na Casa dos Artistas 2. A constante troca de regras acabou por confundir e afugentar o público.
Com toda a discussão sobre o assunto só uma coisa fica clara: o filão dos reality shows está longe de acabar. Sendo assim, a ZeroZen, a única revista brasileira com ISO 9002 em polêmica, gostaria de iniciar uma campanha para participar do BBB 2. Garantimos uma discussão sobre qualque assunto a cada 30 minutos. Inclusive, se o nível intelectual do primeiro for mantido vai ser uma barbada botar a mão nos 500 mil reais...
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