Indicados do Oscar 2020


O seu amigo cinéfilo já está exibindo uma baba elástica e bovina, característica dessa época do ano. Ele provavelmente já assistiu a todos os indicados a melhor Filme. Pior ainda, está elogiando a academia por cada vez mais apostar na diversidade e no cinema independente. Para acabar com as esperanças desse insolente, a ZeroZen preparou um especial com os indicados a melhor filme.

1917

O filme favorito do Oscar. Aliás, é tão favorito que ganhou prêmios antes mesmo de estrear nos cinemas. Mas, sinceramente, existem grandes filmes que abordam os horrores da guerra e 1917 não é um deles. A trama conta a história de dois soldados britânicos Blake (Dean-Charles Chapman) e Schofield (George MacKay), que recebem uma missão suicida na Primeira Guerra Mundial. Eles precisam correr contra o tempo para levar uma mensagem que irá impedir um ataque alemão. O único detalhe é que para fazer isso precisam atravessar o território inimigo. Ou seja, é muita confusão e correria. A moral da história é a mesma de sempre: em caso de guerra, é melhor escapar fedendo do que morrer cheiroso...

Ford vs Ferrari

A história do Ford GT é a história de uma vingança. Foi um carro criado e desenvolvido para vencer a Ferrari na tradicional prova das 24 Horas de Le Mans. Porém, não é bem isso que surge em Ford vs Ferrari. O filme foca mais na amizade entre o projetista Carroll Shelby (Matt Damon) e o piloto Ken Miles (Christian Bale). Na luta entre Ford e Ferrari, o diretor James Mangold deixa claro para quem está torcendo. Tanto que, se não quiser mais trabalhar em Hollywood, pode pedir uma vaga no setor de assessoria de comunicação da empresa norte-americana. Em tempo, o programa Top Gear tem um especial sobre o Ford GT. É mais interessante e mais rápido (sem trocadilho) do que o filme.

O Irlandês

A ZeroZen já resenhou esse filme Scorcese. Então, nesse momento, a gente aproveitaria para fazer outra piada ou colocar mais alguma questão ou algum aspecto que, por ventura, não foi abordado. Mas não adianta. A gente é bom demais. Não acredita? Vai ler a nossa resenha... Leia aqui

JoJo Rabbit

É um filme feito para identificar quem votou no atual governo. Provavelmente é a pessoa que vai estar chorando no final. Triste ao saber que Adolf Hitler perdeu a guerra. JoJo Rabbit tenta fazer humor com um tema pesado. O resultado é muito irregular. Gente mais qualificada e com muito mais talento do que Taika Waititi não obteve sucesso. A trama é sobre Jojo, um garoto alemão solitário, que descobre que sua mãe está escondendo uma garota judia no sótão. O problema é que ele é um nazista de carteirinha. Tanto que é ajudado pelo seu amigo imaginário, Adolf Hitler. Então, Jojo deve enfrentar seu nacionalismo cego enquanto a Segunda Guerra Mundial prossegue.

Adoráveis Mulheres

Todo ano a academia escolhe um filme feito por mulheres para mostrar que as mulheres são mais espertas do que os homens. Em 2020, esse papel coube a Adoráveis Mulheres. A trama sequer é original. O livro Mulherzinhas, de 1868, da autora Louisa May Alcott, ganhou diversas adaptações para o rádio, TV e cinema, com destaque para o filme de 1994, que foi comandado pela diretora Gillian Armstrong. Ou seja, você realmente já viu esse filme antes. A trama se passa nos anos seguintes à Guerra de Secessão, quando as irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta. Porém, Beth, a tímida irmã caçula, desenvolve uma doença devastadora e a vida delas muda para sempre. Se você acha que esse fiapo de história não tem o menor interesse, então você é um pouco Zerozen...

Coringa

A ZeroZen já resenhou esse filme. Então, nesse momento, a gente aproveitaria para fazer outra piada (afinal de contas é a história de um palhaço) ou colocar mais alguma questão ou algum aspecto que, por ventura, não foi abordado. Mas não adianta. A gente é bom demais. Não acredita? Vai ler a nossa resenha... Leia aqui

História de um Casamento

Uma das reclamações recorrentes no mundo feminino é de que falta homem no mercado. Bem, a ZeroZen gostaria de deixar claro que a questão é muito mais ampla. Por que, aparentemente, também falta homem em Hollywood. Só isso justificaria um par tão bizarro como Adam Driver e Scarlett Johansson. Não tem como. Mesmo em caso de um apocalipse total, provavelmente Scarlett Johansson ia preferir ficar sozinha do que casar com Adam Driver. De resto, a trama é bem fraca. Tudo que acontece com o casal pode ser resumido em uma frase de Nelson Rodrigues: é impossível amar e ser feliz ao mesmo tempo. O filme de Noah Baumbach foi produzido pela Netflix (isso nem de longe é garantia de qualidade)

Parasita

O cinema sul-coreano é, no mínimo, curioso. Os filmes têm quase sempre um começo empolgante, uma virada na trama surpreendente (e muitas vezes quase no limite do ridículo) e acabam não sabendo como terminar a trama. Parasita é um exemplo típico. Os quatro integrantes da família Kim estão desempregados. Não tá fácil pra ninguém nem mesmo na Coreia do Sul. Por um acaso do destino, o filho adolescente passa a dar aulas privadas de inglês à família Park. Eles são absurdamente ricos e absurdamente ingênuos. Fascinados com o estilo de vida luxuoso, os quatro bolam um plano para se infiltrar nos afazeres da casa burguesa. É o início de uma série de acontecimentos patéticos que vão terminar de forma bizarra

Era Uma Vez Em... Hollywood

A ZeroZen já resenhou esse filme do Tarantino. Então, nesse momento, a gente aproveitaria para fazer outra piada ou colocar mais alguma questão ou algum aspecto que, por ventura, não foi abordado. Mas não adianta. A gente é bom demais. Não acredita? Vai ler a nossa resenha... Leia aqui

Bônus

Dois Papas

É um filme no qual os dois Papas do título - Bento XVI (Anthony Hopkins) e, na época, o cardeal Jorge Bergoglio (Jonathan Pryce), o futuro papa Francisco - passam o tempo todo conversando. Bem, não há mais muita coisa que um Sumo Pontífice possa fazer. Quem for católico apostólico romano praticante, pode encontrar algum interesse. O resto da humanidade vai passar batido. Aparentemente, pode haver uma continuação chamada Três Papas com a participação do PapaTine, de Guerra nas Estrelas

O Escândalo

Para quem não é da área, cabe uma explicação. As redações de jornalismo praticamente inventaram o assédio sexual. No atual momento, provavelmente todo mundo que trabalha na área iria para cadeia. Isso se ainda existissem redações ou mesmo jornalismo. O filme conta a história de Roger Ailes (John Lithgow) um dos chefões da Fox News. Ele tem sua carreira derrubada quando um grupo de mulheres o acusam de assédio sexual no ambiente de trabalho. Tipo: é só mais uma segunda-feira comum na Fox News...

O Caso Richard Jewell

O filme se baseia na seguinte dúvida: será que Richard Jewell é um herói ou um terrorista? Ele foi guarda de segurança que relatou ter encontrado o dispositivo no atentado de 1996 em Atlanta. Só que - em poucos dias, o aspirante a agente da lei se torna o suspeito número um do FBI. Bem, o que ninguém mais tem dúvidas é que Clint Eastwood perdeu completamente o talento como diretor...

Um Lindo Dia na Vizinhança

Cada país tem a Xuxa que merece. Nos Estados Unidos quem ensinava na televisão o que era importante para as crianças era Fred Rogers (Tom Hanks). O programa Mister Roger's Neighborhood foi muito popular na década de 1960 nos Estados Unidos. Infelizmente não tinha paquitas, que depois posariam para a Playboy. Isso, evidentemente, diminuiu muito os méritos de Rogers e do filme.

Dor e Glória

Quem acompanha a carreira do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, sabe que suas últimas obras primam pela falta de assunto. O ápice desse tédio ocorre em Dor e Glória. Na falta de um roteiro original, ele resolveu falar de si mesmo. Na trama, o diretor de cinema Salvador Mallo (Antonio Banderas) está com 60 anos no meio de uma crise criativa, com dores no corpo inteiro e depressão. De repente, uma obra sua de 30 anos atrás é homenageada. A partir daí, ele reencontra um antigo amigo, um antigo amor e consome heroína em doses cavalares. Enquanto isso, revê suas memórias de infância. A história encerra (de forma canhestra e indulgente) a trilogia do desejo de Almodóvar, completada por “A lei do desejo”, de 1987, e “Má educação”, de 2004. Para quem gosta de buscar referências, há muitos elementos dos dois filmes.

Entre facas e segredos

Aparentemente, o diretor Rian Johnson é um grande fã de Agatha Christie. Bem, nem tanto para pagar o dinheiro necessário para adaptar alguma obra da autora. Então, ele apelou para o famoso copia, mas faz um pouco diferente. O resultado é um pastiche chamado Entre facas e segredos. Na trama, o escritor Harlan Thrombey (Christopher Plummer) é encontrado morto, logo após o seu aniversário de 85 anos. Para resolver o crime, surge o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig, em uma atuação totalmente equivocada). Ele rapidamente percebe que ninguém na família é exatamente o que parece e, oram vejam só, todos podem ser considerados suspeitos do crime.

Harriet

O filme conta de forma séria e didática a história de Harriet Tubman, ativista política que, durante a Guerra Civil americana, ajudou centenas de escravos a fugirem do sul dos Estados Unidos. Ela, inclusive, conseguiu escapar da escravidão, em 1849. A partir daí, passou a lutar pela liberdade, colocando a vida em risco várias vezes. Poderia ter lutado também por um roteiro menos clichê, que esvazia o tamanho das conquistas de Harriet. Aliás, a importância do personagem é tanta nos Estados Unidos, que, em 2016, foi anunciado que o rosto dela passaria a estampar as notas de 20 dólares, a partir do ano de 2020. Só que Trump foi eleito e vetou essa decisão tomada durante o mandato do ex-presidente Barack Obama.

Democracia em Vertigem

Um documentário sobre a politica no Brasil. Sério, quem quer ver isso? De Lula a Dilma e como chegamos ao Bolsonaro. Quem quer ver isso? Esse documentário poderia se chamar: Brazilian history for morons. Netflix produziu um Globo repórter para americano ver. Devíamos fazer um sobre o Trump! Estrelado por Pedro Bial...

Da Equipe Articulistas