A fraude nas Olimpíadas
O mundo dos esportes sempre foi um terreno fértil para conspirações de todos os tipos. Por isso, para investigar este antro de gente suspeita, a ZeroZen, que só pratica levantamento de barra de chocolate, resolveu enviar o nosso informante Zé da Silva em uma missão secreta na Grécia. A passagem em um navio albanês era só de ida, mas mesmo assim o Zé conseguiu voltar e trouxe provas sobre o maior encontro mundial do esporte: as Olimpíadas.
Sim, caro zeronauta, as Olimpíadas são uma fraude, um gigantesco embuste. Antes que o impoluto leitor queira arremessar um dardo em nossa direção é preciso analisar os dados. Qualquer pessoa por mais leiga que seja em biologia sabe que o corpo humano tem limites. Não podemos ficar muito tempo sem respirar, consumir água ou mesmo alimentos.
Bem, mesmo com todas essas barreiras, a cada Olimpíada novos recordes mundiais são batidos. A conclusão mais lógica é que o corpo humano graças ao esforço quase sobenatural dos atletas não pode ter limites, o que, é claro, contraria todo o estudo existente. Como se pode perceber há algo de podre no reino do Barão de Coubertein.
Será que depois de mais de 2 mil anos o esforço físico capaz de ser produzido por corpo humano já não foi atingido? Se isso for verdade, então como é possível que hoje ainda existam recordes a serem quebrados? A resposta é simples: doping. Sim, caro zeronauta. As Olimpiadas, na verdade, são uma imensa reunião de colecionadores de esteróides. A trama toda começa com uma denúncia feita em 2003 pela Agência Americana Antidoping (Usada, esse nome já explica muita coisa).
A Usada alertou para o que seria o o maior escândalo de todos os tempos relacionado ao uso de drogas no esporte. Vários atletas, a maioria dos Estados Unidos, tiveram exames positivos para um novo esteróide sintético chamado THG (tetrahydrogestrinona). Os resultados positivos foram detectados em 350 testes refeitos com amostras de participantes do Campeonato Americano de Atletismo, disputado em junho de 2003, e em outros cem feitos após o torneio. A instituição declarou que a fraude só seria possível graças a um conluio de químicos, técnicos e atletas que desenvolveram um medicamento de forma a não ser detectado.
Curiosamente, a Usada só ficou sabendo que atletas estavam usando o THG graças a uma denúncia anônima. Um homem, que se identificou como técnico, ligou para a agência em junho, contanto que atletas americanos e estrangeiros utilizavam um esteróide impossível de ser detectado. O tal homem resolveu enviar à Usada uma seringa com uma substância.
A partir daí, foi a vez de um laboratório de Los Angeles entrar na história. Assim, feitas as análises, identificou-se um esteróide que não dava para ser detectado em testes normais de laboratórios. O laboratório se dedicou, na ocasião, a desenvolver um teste para o esteróide. Nos últimos dias, foram confirmados os vários testes positivos e a Usada decidiu torná-los públicos.
Ou seja, ficou provado que é absurdamente fácil fraudar um exame antidoping. Não há atletas mais velozes ou mais resistentes, o que existem são esteróides mais sofisticados, impossíveis de serem detectados. Desta maneira, todos os recordes mundiais são perfeitamente explicados. O mais dopado vence. Nenhum atleta supera os limtes do próprio corpo. Na verdade, quem deveria receber a medalha de ouro é o farmacêutico que preparou o coquetel de anabolizantes.
Como se sabe a tecnoilogia evolui muito mais rápido que a moral humana. Novos esteróides e anabolizantes vão continuar a transfigurar sujeitos medíocres em heróis do esporte. Como atualmente o mundo esportivo se transformou em uma grande vitrine de vendas, as corporações vão seguir financiando o surgimento de novos ídolos. Para isso, pouco importa se for preciso atropelar a ética. A verdade é que o importante não é competir, mas sim competir e ganhar. Enquanto esta regra continuar valendo, a conspiração das Olimpíadas vai continuar impune...
A verdade está lá fora escondida no abrigo nuclear<
Considerações Finais:
1- De acordo com o jornal Los Angeles Times pelo menos 24 atletas americanos ganhadores de medalhas olímpicas nas últimas duas décadas tiveram resultados de doping acobertados para disputarem os Jogos.
2- A campeã mundial dos 100m e 200m, Kelli White, fez exame para detectar o uso do esteróide sintético THG. O resultado? Positivo. Foi encontrada a presença do estimulante nos testes.
3 - Quem tem acesso aos melhores esteróides, ganha mais competições. Basta ver o quadro de medalhas. Os países ricos sempre vão liderar a competição.
4 - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, disse que espera mais resultados positivos de exames antidoping em Atenas do que nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000.
O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.