A verdade sobre os vários apagões em Porto Alegre
No dia 16 de janeiro de 2024, Porto Alegre teve uma amostra grátis do apocalipse. Foi uma madrugada assustadora, com ventos de até 100km/h. Mas não foi só isso. O temporal acabou sendo inclemente causando alagamentos, queda de árvores e muito dano material. Então, os gaúchos começaram a perceber uma nova realidade chegando. As constantes quedas no fornecimento de energia elétrica. Era preciso investigar a situação para fazer algo que a CEEE Equatorial até agora não conseguiu. Ou seja, deixar tudo às claras...
Antes de mais nada é preciso colocar em contexto o que aconteceu no temporal. Em apenas uma hora o volume de chuva chegou a 68mm em pontos da capital. Isso representa dois terços da média histórica para o mês de janeiro em apenas 60 minutos. Resumindo: foi chuva pra caramba. No Estado, 1,2 milhão de clientes ficaram sem energia elétrica, sendo 560 mil na Região Metropolitana. Houve registros de falta de luz em 20 bairros da capital. Para piorar a situação, a falta de luz em estações de bombeamento causou desabastecimento de água em quase 40 bairros.
A situação foi tão caótica que o prefeito Sebastião Melo cobrou uma posição da CEEE Equatorial. Agora, vem a parte interessante. O momento no qual a ZeroZen passou a seguir as pistas ignoradas pela tacanha e desajeitada mídia provinciana. A CEEE Equatorial chamou reforço. Nas suas redes sociais, publicou fotos de técnicos que estariam vindo de outros Estados para ajudar a resolver a situação. Mesmo assim, o fornecimento completo de energia só foi reajustado depois de mais de 150 horas.
Ora, com mais gente trabalhando, a lógica é que o fornecimento seria rapidamente restaurado. Havia algo de errado nessa equação. Todavia, a conspiração só começou a ganhar contornos mais sinistros com uma investigação do Ministério do Trabalho. O órgão começou a investigar mortes de técnicos da CEEE Equatorial que aconteceram nas cidades de Capão da Canoa, Bagé e Palmares do Sul.
De acordo com a investigação, todas as mortes "envolvem erros operacionais grosseiros". O ministério do trabalho notou a falta de treinamento adequado, o que leva à "falta de domínio sobre as rotinas básicas". O ministério também acredita que houve a admissão informal de trabalhadores sem formação técnica.
A morte em Palmares do Sul, contudo, é a que mais chama a atenção. Na hora do reparo, houve a abertura de uma chave seccionadora. É uma tarefa simples. A chave foi aberta com uma vara de manobra. Esse é o procedimento correto. Formou-se então um fenômeno corriqueiro chamado arco elétrico. Mas os supostos técnicos entraram em pânico. Um deles tinha hipertrofia no coração. Teve convulsões e morreu no local. O laudo da necropsia declarou que o técnico morreu por colapso cardiorrespiratório após crise aguda de estresse e pânico.
Veja bem, o trabalhador morreu de susto! Ao realizar um dos procedimentos mais comuns dessa profissão. Isso é trágico, porém também é altamente suspeito. Faltava apenas uma peça para encaixar nesse complexo quebra-cabeças. Mas tentar resolver tudo à luz de velas é complicado...
Por incrível que pareça a solução para essa conspiração estava no BBB. Antes que o afoito zeronauta suba em um poste de luz cabe uma explicação. Vanessa Lopes, uma das participantes do BBB 24, teve um quadro psicótico agudo no programa. Ela constantemente se referia aos demais integrantes da casa como atores, eles estavam interpretando um papel no filme da Vanessa. Ela desistiu da competição para cuidar da saúde. Mas entregou a resposta para a conspiração.
Como assim, pode questionar o arguto zeronauta. Bem, especulamos se a CEEE Equatorial não contratou atores para fazer o trabalho dos técnicos. É rápido, fácil, e, como se sabe, o pessoal do teatro trabalha por um prato de comida. A empresa teria motivos para fazer isso. Por quê? Bem, a CEEE Equatorial lançou um programa de demissões voluntárias. Como resultado 998 colaboradores saíram da empresa. Inclusive, técnicos com muitos anos de experiência. No total, a empresa reduziu o quadro em mais de 50%.
Então qual a maneira mais rápida de repor o quadro de funcionários? Vale notar que a capacitação de um técnico leva anos. A ideia pode ter sido contratar pessoas que pareçam estar trabalhando. Enquanto isso, a CEEE Equatorial tentaria encontrar gente com a experiência necessária.
O problema é que os atores realmente tendem a incorporar o personagem. Ou seja, eles passam a acreditar no que estão fazendo. Ao ver um arco elétrico eles pensam: "que legal, o pessoal dos efeitos especiais se superou hoje". E isso explicaria todos os erros operacionais grosseiros.
Claro que a empresa não vai admitir essa estratégia. Aliás, com tantos diretores no organograma da organização, é difícil saber de quem foi a ideia. Porém, o fato é que mais apagões vão acontecer em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. E fique alerta. Se você ver um técnico e - antes de subir no poste - ele gritar: "cena 1, take 2". Pode ter certeza de que a luz vai demorar a voltar no seu bairro...
A verdade está lá foram fazendo um estoque de velas.
Considerações finais
1 - A CEEE Equatorial desde que assumiu em julho de 2021, terceirizou todos os atendimentos de rua
2 - Depois disso, as reclamações para a Agência Nacional de Energia Elétrica praticamente dobraram. Foram 20.811 queixas formalizadas desde 1 de janeiro de 2024
3 - Em Pelotas moradores fotografaram em 21 de junho de 2022 uma chave seccionadora na qual o fusível foi substituído por um pedaço de arame. A CEEE só providenciou o reparo em 18 de agosto. Ou seja, somente 58 dias depois...
4 - Mais ainda a CEEE Equatorial leva em média 65% mais tempo do que as outras três grandes distribuidoras do sul do país para atender as situações de emergência
O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.