A verdade sobre o incêndio no Museu Nacional
O ZZ-files normalmente encontra pistas mesmo depois do fim de uma investigação. Por exemplo, após um ano e dez meses do incêndio no Museu Nacional da Quinta da Boa vista, na zona norte do Rio, a Polícia Federal concluiu que tudo não passou de um acidente e ninguém é culpado de nada. Bem, esse é o relatório padrão da Justiça. No Brasil todo mundo é inocente, até prova em contrário. O difícil é alguém encontrar as provas em contrário. De qualquer forma, a ZeroZen acabou por descobrir uma das mais assustadoras e sombrias conspirações realizadas em território nacional.
Antes de mais nada, é preciso dizer que a Polícia Federal concluiu, que fogo se iniciou em um aparelho de ar condicionado, instalado no interior do auditório Roquette Pinto, localizado no 1º andar do prédio. O Reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a então diretora do Museu Nacional assinaram contrato para a revitalização e adequação do prédio conforme pedido do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Por isso, a PF não caracterizou a conduta dos gestores como omissa, pois a obtenção de verba para a reforma do prédio havia sido concluída meses antes do incêndio.
Tudo deveria ser mais um trágico acidente. Porém, algumas pistas foram ignoradas pela polícia. O Museu Nacional era um dos únicos do planeta que preservava uma múmia do Antigo Egito de maneira intacta. Como isso foi possível? Bem, as principais peças da coleção egípcia eram provenientes das viagens do imperador Dom Pedro II ao Oriente Médio e ao Norte da África entre os anos de 1871 e 1876. O regente brasileiro, acredite quem quiser, era um estudioso dos povos árabes e do Oriente Médio. O monarca visitou lugares como Síria, Líbano e Palestina, mas foi no Egito que recebeu o presente que mais marcou sua passagem pela região.
Dom Pedro II ganhou do quediva (espécie de imperador do Egito Antigo) Ismail um caixão lacrado com a cantora-sacerdotisa Sha-amun-em-su, conhecida por entoar cânticos sagrados no templo dedicado ao deus Amon. O mais incrível é o fato de que o regente mantinha a múmia em seu gabinete até a Proclamação da República, em 1889, quando o esquife passou a ser incluído na coleção do Museu Nacional.
Sha-amun-em-su morreu com cerca de 50 anos durante a 12ª dinastia do Egito, por volta de 750 a.C. Um exame tomográfico realizado no caixão mostrou que a cantora fora mumificada com vários amuletos, entre eles um escaravelho-coração, artefato utilizado pelos egípcios para substituir o coração dos mortos. Os egípcios acreditavam que a morte era um rito de passagem para outro mundo e, portanto, preparavam os mortos, retirando-lhes os órgãos e guardando-os em vasos.
De acordo com um artigo de Marcos Pivetta, publicado na revista "Pesquisa Fapesp" em 2014, a múmia era o "xodó" do imperador. Várias vezes o regente foi visto conversando com o sarcófago. Como se isso não fosse assustador o suficiente, Dom Pedro II deu ordens expressas para que sarcófago de Sha-Amun-en-su nunca fosse aberto. Por isso que os pesquisadores fizeram análises a partir de tomografias computadorizadas.
A partir daí fica fácil perceber o que aconteceu. O Museu Nacional foi vítima da maldição da múmia! Antes que o atônito Zeronauta saia rezando para Amon-Rá é preciso explicar a impressionante trama. Especulamos que Dom Pedro II recebeu um presente de grego, digo, de egípcio. Como entendia dos rituais dos povos árabes, logo percebeu que havia algo de errado com o sarcófago de Sha-amun-em-su. Então, as conversas que ele tinha com a múmia eram na verdade cânticos de proteção.
Aliás, foi justamente por isso que a múmia nunca saiu de perto do imperador. Ele queria garantir a segurança de seus súditos. Mais ainda: ele sabia o perigo que seria abrir o esquife. Por isso, ordenou que o sarcófago jamais fosse aberto. O problema é que o exame tomográfico realizado no caixão mostrou que a cantora fora mumificada com vários amuletos, entre eles um escaravelho-coração.
Provavelmente, o objeto despertou a cobiça de algum ardiloso espertalhão. Então, depois de esperar o Museu fechar, alguém abriu o sarcófago para roubar a jóia. Pronto, foi o suficiente para liberar a maldição. Assim, magicamente um ar-condicionado explodiu no interior do auditório Roquette Pinto e o museu foi completamente destruído.
É claro que o inquérito da Polícia Federal não poderia revelar que muito provavelmente existe uma múmia andando pelas ruas do Rio de Janeiro e que uma maldição vai provavelmente destruir tudo e todos no Estado. Mas fica o alerta da ZeroZen: se você encontrar uma múmia no carnaval e achar que a fantasia está real demais é melhor sair correndo, pois é sempre melhor escapar fedendo do que morrer cheiroso.
A verdade está lá fora enrolada em papel higiênico
Considerações finais
1 - Recentemente uma nuvem de gafanhotos se aproximou perigosamente do Brasil. Esse evento que ataca e destrói plantações é considerado como uma das pragas que assolou o Egito. Coincidência?
2 - Os defensores da monarquia podem notar que depois de Dom Pedro II foi embora do Brasil, a maldição da múmia já começou a agir e o país foi ladeira abaixo...
O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.