A Guerra Secreta (parte 1)
A quantidade de conspirações existentes há muito superou a capacidade investigativa do ZZ-files. Por melhor que seja a nossa redação, está cada vez mais difícil acompanhar o ritmo. Ou seja, parem com essa loucura! De qualquer forma, pela primeira vez na história dessa impoluta revista digital, a trama ficou tão grande que foi preciso dividir em duas partes.
Tudo começa em julho de 2019 quando a Polícia Federal prendeu quatro suspeitos de integrarem uma quadrilha na operação Spoofing. Até aí nada demais. Só que os criminosos eram responsáveis pela invasão hacker ao celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro e de outras autoridades. Segundo as autoridades, a mente por trás dos ataques era Walter Delgatti Neto, conhecido como "Vermelho".
A situação fica ainda mais complicada por que o hacker passou as mensagens trocadas entre Moro, então juiz federal, e o procurador Deltan Dallagnol. Os textos foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil. O conteúdo revelado trouxe uma série de dúvidas sobre a atuação e imparcialidade dos dois no âmbito da Operação Lava Jato.
Mais incrível ainda é o fato de que a primeira linha de investigação da Polícia levava a Rússia! Sim, o americano Edward Snowden, aliado do jornalista Glenn Greenwald (dono do site The Intercept Brasil) poderia ser o hacker misterioso. Tudo por que, em 2013, Snowden se aproximou dos irmãos bilionários Nikolai e Pavel Durov, que criaram o Telegram, um sistema de comunicação por mensagens similar ao Whatsapp. As conversas vazadas foram justamente de um grupo no Telegram.
Só que a trama se complica ainda mais. Após investigar mais um pouco a PF chegou no nome de Evgeniy Mikhailovich Bogachev, de 33 anos. Criador do vírus Cryptolocker e do ardiloso código Zeus, ele é procurado pelo FBI americano por crimes cibernéticos. Um rastreamento identificou que Slavic ou “lucky12345”, como é conhecido, teria recebido US$ 308 mil em bitcoins (a moeda virtual). Esse seria o valor recebido por quebrar o sigilo dos magistrados brasileiros.
Então, de uma hora para outra, Walter Delgatti Neto termina preso. A ficha criminal dele é extensa, mas não envolve a criação de vírus digitais. Por exemplo, em 2012, Walter Delgatti Neto foi detido na cidade de Piracicaba ao tentar pagar a conta de um hotel com o cartão de crédito de um homem de 75 anos e foi condenado a um ano de prisão em regime aberto.
Em 2014, ele usou uma identidade falsa para alugar um apartamento mobiliado e chegou a contratar uma equipe de mudança para furtar os móveis. A administradora do imóvel chamou a polícia e impediu o crime. Em 2014, ele usou uma identidade falsa para alugar um apartamento mobiliado e chegou a contratar uma equipe de mudança para furtar os móveis. A administradora do imóvel chamou a polícia e impediu o crime. Em 2015, "Vermelho" foi detido dentro do Parque Beto Carrero World, em Santa Catarina e foi preso por falsidade ideológica na ocasião. Ele portava uma carteira falsa de policial civil, além de armas e munições.
Como se diria em priscas eras, ele é o tradicional trambiqueiro. Mas como teria conseguido invadir os celulares? Ele alegou ter descoberto uma falha de segurança no Telegram. Ou seja, hackers de todo mundo tentam - por pura diversão - encontrar esses pontos fracos e justamente um brasileiro sem grande experiência na área é capaz de derrotar toda a comunidade cibernética? Não faz o menor sentido. A não ser que ele tivesse ajuda externa...
A partir desse ponto, fica fácil entender o que de fato aconteceu. A pista mais evidente é justamente o apelido de Walter Delgatti: "O Vermelho". O epíteto não tem a ver com a cor do cabelo, mas com a cor da bandeira de um país. Sim, ele é um agente infiltrado da Venezuela! Antes que o aparvalhado Zeronauta saia gritando: mas que Caracas! Vamos explicar a sórdida trama.
Antes de mais nada: bandeira da Venezuela é constituída por três listras horizontais de tamanho idêntico, com as cores amarela, azul e vermelha. O amarelo simboliza as riquezas do território venezuelano, o azul o mar que separa a Venezuela da Espanha e o vermelho o sangue derramado pelos que lutaram pela independência. Isso explica o apelido do hacker!
Também é preciso deixar claro que as relações entre Brasil e Venezuela são, para usar um eufemismo, complicadas. O governo brasileiro já se manifestou abertamente contra o regime chavista. Jair Bolsonaro desde que assumiu o poder vem adotando uma postura agressiva nessa questão. Em 2019, ele reconheceu o oposicionista Juan Guaidó como presidente da Venezuela.
Mais ainda: o governo brasileiro chegou a retirar diplomatas e funcionários da Venezuela. Inclusive, segundo o Itamaraty, também há um movimento sincronizado para que os representantes diplomáticos de Nicolás Maduro deixem o Brasil. O que isso significa? Guerra!
Sim, Brasil e Venezuela estão em guerra e as ações de Delgatti só foram possíveis com a ajuda do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, o serviço secreto deles). Foi o Sebin que tornou possível a invasão do Telegram. Tudo com o objetivo de desestabilizar o Brasil. Eles só não fazem outra invasão por que a Internet foi cortada por falta de pagamento!
As ações de guerra não iriam parar neste simples ataque digital. A próxima ação foi muito mais perigosa e destrutiva. Mas isso é assunto para o próximo ZZ-files.
A verdade está lá fora atualizando o anti-vírus
Considerações finais:
1 - No dia 14 de fevereiro de 2020, o líder venezuelano Nicolás Maduro acusou o presidente Jair Bolsonaro de levar o Brasil a um “conflito armado” contra a Venezuela. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em Caracas.
2 - Maduro realizou um exercício militar com mais de dois milhões de soldados e milicianos para o qual a artilharia foi mobilizada. Mísseis russos BUK foram expostos na base militar de La Carlota, em Caracas. O presidente venezuelano disse que o país tem o direito "de se preparar"...
3 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também denunciou um suposto plano dos Estados Unidos para derrubá-lo e, inclusive, assassiná-lo, e que os governos de Brasil e Colômbia também participariam deste complô.
O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.