Ataque sônico à embaixada de Cuba
Nem só de grandes mistérios vive o mundo da conspiração. Às vezes pequenos detalhes esquecidos pela mídia tacanha e despreparada podem revelar o surgimento de terríveis ameaças. Um exemplo simples pode ser encontrado nos estranhos acontecimentos ocorridos em setembro de 2017 na embaixada norte-americana em Havana, que o ZZ-files vem corajosa e destemidamente revelar.
Acredite quem quiser, em setembro de 2017, os Estados Unidos decidiram retirar os funcionários não essenciais e seus familiares da embaixada norte-americana em Havana. Poderia ser uma questão de âmbito diplomático. Ledo engano, caro Zeronauta. A verdade é que cerca de 20 diplomatas relataram sintomas variados como náuseas, vertigem, confusão mental, surdez parcial e falhas de vocabulário básico. É algo realmente assustador!
A alegação norte-americana foi que seus funcionários tinha sido submetidos à exposição de sons persistentes de origem desconhecida em suas casas ou quartos de hotel. Parece uma questão banal, mas é importante lembrar que depois de anos de embargo, as conexões diplomáticas entre Cuba e EUA foram retomadas em julho de 2015, um marco histórico na aproximação entre os dois países. É realmente estranho que apenas dois anos depois um incidente como esse tivesse levado os Estados Unidos a reduzirem pela metade o pessoal diplomático na ilha.
O mais incrível, porém, é que o Departamento de Estado dos EUA considerou o incidente como um “ataque sônico” por parte do regime comunista cubano. Mais ainda: exames médicos em quase duas dúzias de afetados, incluindo também alguns diplomatas canadenses, resultaram em diagnósticos de concussão ou lesão cerebral! O governo norte-americano afirmou que as vítimas poderiam ter sido atacadas com sofisticadas armas que emitiam sons ou micro-ondas. Quando algo assim acontece no meio diplomático é hora da confusão e correria.
A hipótese do ataque ganhou mais força com a difusão de um áudio, gravado por funcionários diplomáticos norte-americanos em Havana. Esse áudio foi divulgado pela Associated Press (AP). É possível distinguir um incômodo zumbido agudo. Quase como se fosse o som de um grilo.
Bem, uma investigação científica realizada nas universidades de Berkeley (Califórnia) e Lincoln (Reino Unido) descobriu que o som era o canto de grilos antilhanos da espécie Anurogryllus celerinictus. “O canto do grilo-de-cauda-curta-das-Índias (Anurogryllus celerinictus) coincide, nos mínimos detalhes, com a gravação da AP, em duração, ritmo de repetição da vibração, espectro de intensidade, estabilidade do ritmo e oscilações por pulsação”, disseram os professores Alexander Stubbs e Fernando Montealegre-Zapata. O estudo não deixa margem para erro. “Isto proporciona fortes indícios de que o eco de um canto de grilo, mais que um ataque sônico ou outro artefato tecnológico, seja o responsável pelo som da gravação divulgada”, concluem os cientistas.
A ZeroZen também é cultura. Se você gosta de biologia, vai saber que, ao esfregarem suas asas endurecidas, os grilos machos produzem cantos de estrutura regular durante o cortejo. As fêmeas se sentem atraídas por determinados machos em função de suas canções, e estas evoluíram para uma notável complexidade que leva as diferentes espécies a entoarem cantos distintos entre si. Porém, é óbvio que esse tipo de som seria incapaz de provocar diagnósticos de concussão ou lesão cerebral.
Inclusive, os próprios cientistas que identificaram o som, alertam que não é possível descartar que os diplomatas norte-americanos tenham sido vítimas de um ataque. O que o estudo indica é que os sons relacionados a certas queixas iniciais dos diplomatas era evidentemente uma pista falsa. Vale notar que alguns dos pacientes não relataram ter escutado nada incomum. Ao passo que outros admitiram escutar uma enorme variedade de sons. “É totalmente possível que tenham adoecido por outra coisa em nada relacionada com isto, e que não fosse um ataque sônico”, disseram os cientistas.
O fato é que os investigadores norte-americanos não têm nem ideia do que levou os diplomatas a adoecerem. Ou seja, o mistério permanecia até a ZeroZen resolver investigar. E a verdade começa nas músicas dos Beatles. No momento em que o quarteto inglês estourava nas paradas de sucesso, Cuba vivia uma revolução. Com o governo de Fidel Castro houve a proibição de toda e qualquer música em inglês, o idioma do inimigo. Resultado? Todo o rock foi banido da ilha. Inclusive, um cubano podia ser acusado de “diversionismo ideológico” acabando por enfrentar a censura e suas consequências.
Porém, o mais incrível é que, apesar dessa restrição ao consumo de música em língua inglesa, há uma estátua de John Lennon inaugurada em 2000 por Fidel Castro. Sim, a revolução cubana promoveu uma reconciliação histórica com os Beatles. A partir daí, tudo começa a fazer sentido. A culpada dos ataques a embaixada americana só pode ser a Yoko Ono!
Antes de que o revoltado Zeronauta comece a cantar Get Back, é preciso explicar o que realmente aconteceu. Em primeiro lugar, é interessante notar que existe somente a estátua de John Lennon. É meio óbvio dizer que o governo cubano escolheu o seu Beatle preferido. Não seria difícil, portanto, conhecer toda a carreira solo de Lennon. Inclusive, seu casamento com Yoko Ono.
Especulamos se o governo cubano não percebeu o potencial destrutivo da voz de Yoko Ono. Qualquer pessoa sabe que quando ela canta sintomas como: náuseas, vertigem, confusão mental, surdez parcial e falhas de vocabulário básico são frequentes. Mais ainda: o agudo de Yoko é tão agudo que facilmente poderia ser confundido com um grilo.
É possível que o governo de Cuba tenha feito um teste na embaixada. Talvez prevendo algo em grande escala ou apenas para impedir uma nova invasão à ilha. Com certeza, o teste foi um sucesso. A voz de Yoko Ono é um verdadeiro ataque sônico. Destrói tudo que vê pela frente, até mesmo os Beatles...
A verdade está lá fora usando cotonete no ouvido
Considerações finais:
1 - O último disco de Yoko Ono se chama Take Me To The Land Of Hell (2013). Coincidência?
2 - Yoko participou de um show de John Lennon no Toronto Rock And Roll Revival Festival em 13 de setembro de 1969. Ela se uniu à banda na segunda metade do show. A partir daí, o rock sumiu. Houve o que a crítica chamou de música experimental. As palavras foram substituídas por ruídos gritados e a microfonia virou parte da música. Provavelmente, nesse show o governo cubano percebeu o potencial de ataque sônico de Yoko Ono...
O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.