A fortuna perdida de Jânio Quadros
A ZeroZen sabe que existem conspirações e conspirações. Desta vez vamos abrir nossos arquivos implacáveis e revelar uma trama sórdida e diabólica que vai envolver várias personalidades da política brasileira. Mais ainda, tudo vai terminar em um suspeito incidente internacional que até agora não teve uma explicação razoável.
Mais uma vez, tudo começou com uma pista simples e banal que foi completamente ignorada pela tacanha mídia brasileira. Durante uma investigação da Polícia Federal sobre operações suspeitas da construtora Camargo Corrêa, surgiram alguns nomes de políticos. No meio de conversas e e-mails interceptados com autorização judicial, apareceu inesperadamente um dos personagens mais controversos da política brasileira.
Sim, de acordo com os dados apurados pela PF, a família do ex-presidente Jânio Quadros - aquele mesmo que ficou somente sete meses no poder e renunciou - queria encontrar uma fortuna que ele supostamente teria escondido no exterior. O consultor financeiro Kurt Pickel, indiciado por crimes financeiros na operação Castelo de Areia, estaria fazendo buscas pelo dinheiro.
O neto do ex-prefeito, Jânio Quadros Neto, teria contratado o advogado Marcos Vilarinho. Vilarinho pediu a ajuda de Kurt Pickel na empreitada e Kurt recorreu a outro advogado, Patrice Le Houelleur, de Genebra. Em um e-mail para o advogado suíço, Kurt Pickel escreveu: “São fundos provavelmente substanciais, excedendo 20 mil, do senhor Jânio da Silva Quadros”. A Polícia Federal interpretou como provavelmente 20 milhões em moeda não mencionada. Kurt deixou claro a dificuldade em encontrar a fortuna: “O finado Jânio Quadros era um homem inteligente, astuto e, sem dúvida, escondeu bem os fundos que possuía no exterior”.
Em resposta, o advogado suíço pede uma procuração assinada pelos herdeiros para iniciar a pesquisa nos bancos suíços. No passado, Jânio Quadros foi acusado por opositores e pela própria filha de ter uma conta secreta na Suíça. Ele sempre negou o fato.
Em um dos e-mails para o advogado de Genebra, Kurt Pickel dá detalhes que recebeu do neto de Jânio Quadros: “Meu avô tinha uma conta no Citibank da Suíça, esta conta foi fechada e o dinheiro transferido para uma nova conta”. O interesse do neto de Jânio Quadros está registrado em conversas gravadas. Em uma delas, ele pergunta a Vilarinho: “Alguma novidade lá do advogado da Europa? Eles vão abordar a instituição? Como vai ser?”
O último registro da Polícia Federal sobre as supostas contas secretas é de outubro de 2008. De acordo com o próprio advogado, Marcos Vilarinho, a família de Jânio Quadros concordou em interromper a procura por causa da dificuldade e do alto custo das buscas. O Ministério Público Federal disse que vai abrir uma investigação específica para saber se o ex-presidente tinha ou não dinheiro ilegal lá fora. Jânio Quadros Neto, porém, garantiu que nunca procurou nem pediu a ninguém que fosse atrás de supostas contas do avô dele no exterior.
Até agora nada faz sentido, caro Zeronauta? Está procurando onde está a misteriosa conspiração? Pois bem, a trama se complica ainda mais. Jânio Quadros, como se sabe, faleceu em São Paulo no dia 16 de fevereiro de 1992, em estado vegetativo, vítima de três derrames cerebrais.
Só que apenas oito meses depois, em 12 de outubro de 1992 falecia Ulysses Guimarães em um suspeito e inexplicado acidente aéreo de helicóptero no litoral de Angra dos Reis. Perceberam? Captaram? Agora tudo faz sentido, igualzinho ao final de Lost?
Não entendeu? Tudo bem, o ZZ-files explica tudo e ainda entra em detalhes. É evidente que Ulysses foi morto por que sabia demais. Provavelmente estava a um passo de descobrir onde Jânio deixou sua fortuna guardada na Suíça. Raposa velha da política, o Senhor Diretas já devia estar pensando na sua aposentadoria. De preferência com bastante dinheiro para pagar um bom plano de saúde.
Sim, Zeronauta, pode rasgar o seu exemplar autografado da Constituinte. Por que Ulysses Guimarães foi morto por um assassino profissional. Tudo por que estava próximo de descobrir onde estava a fortuna perdida de Jânio Quadros. Especulamos se o matador ao ser questionado do motivo de cometer um ato tão brutal tenha respondido tão somente: "Fi-lo por que qui-lo".
Não acredita ainda? Pois bem, no dia 9 fevereiro de 2009, uma bacharel em Direito brasileira alegou ter sido agredida por três homens brancos, com cabelo raspados, na estação de trem de Stettbach, em Zurique, que fica na Suíça! A mulher sofreu cortes em todas as partes do corpo. Os atacantes seriam aparentemente neonazistas. Mais tarde, as investigações dos valorosos policiais suíços concluíram que a brasileira não estava grávida e tinha feito cortes em si mesma.
O diretor do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique, Walter Bär, afirmou que tudo não passaria de uma fraude. "Constatamos que os corte encontrados no corpo dela foram realizados em locais que podem ser alcançados por ela mesma", afirmou Bär. "Além disso, as partes mais sensíveis do corpo feminino, como genitais e seios, não foram atingidos pelos ferimentos", afirmou. "Minha conclusão é que ela mesma fez os ferimentos."
Por favor... é realmente difícil de acreditar que a intenção da brasileira fosse mesmo se ferir. A não ser, claro, que ela estivesse com muito medo. A não ser que ela estivesse próxima de encontrar a fortuna perdida de Jânio Quadros. Aí sim, sua tresloucada atitude faria todo sentido.
Infelizmente, a ZeroZen não sabe quem foi o responsável pela conspiração. Mas o fato de que ela existe é incontestável. De qualquer forma, se alguém estiver disposto a pagar uma passagem para a Suíça, a redação pode continuar investigando o caso. Ah, se alguém conhecer uma meiga e carismática habitante da Suíça que goste de receber bem os brasileiros favor mandar um email para esta impoluta publicação digital. Desde já, muito obrigado.
A verdade está lá fora contando os trocados
Considerações finais:
1 - A Promotoria Pública da Suíça investigou o caso juntamente com a polícia, mas não conseguiu descobrir quais seriam os motivos que levaram a advogada a fazer as falsas declarações, e se ferir.
2 - A investigação feita na Suíça também não conseguiu descobrir se ela tinha tudo planejado, ou até mesmo se havia outras pessoas envolvidas. Que falta faz uma assessoria da ZeroZen
3 - Apesar de o código penal suíço prever uma pena de prisão de até três anos para casos como este, o delegado que investiga o caso, Roger Müller, descartou a hipótese de prender a brasileira. "Esta não é uma possibilidade realista no caso da Paula, ela não vai ser presa", afirmou Müller, sem dar explicações para "não antecipar a investigação".
O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.