Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
Se você fizer um filme sobre tudo ao mesmo tempo agora, obviamente, não vai fazer sentido algum. Apesar do título, esse não é o caso de “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, que mescla metaverso, multiverso, Kung Fu, pedras filosofais e o escambau. Não é tudo. Mas é o suficiente. E, com certeza, não faz sentido algum.
Há quem goste. Há também quem durma com um filme desses! Adivinhe de qual a ZeroZen faz parte.
Além disso, existe uma consequência fundamental se você fizer um filme sobre tudo ao mesmo “agora”. Não vai se lembrar de muita coisa ou nada depois. Adivinhe de qual a ZeroZen faz parte.
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo é um bom filme? Talvez em algum universo. Talvez em algum universo ele faça algum sentido. Aliás, é a síntese perfeita dessa película. Em algum momento, em uma dimensão muito estranha na qual as pessoas elegeram Donald Trump presidente, alguém acreditou que esse roteiro estava cheio de boas ideias.
Aliás, cabe aqui uma observação importante. Se você veio até a ZeroZen em busca de respostas, pois não entendeu bulhufas... errou feio. Não pense que vamos explicá-lo para o incauto zeronauta. Não tem explicação, nem parece fazer questão de ser inteligível.
Mas pelo menos existe uma sinopse oficial. Não que isso ajude muito. A trama (sic e sci-fi) acompanha uma imigrante chinesa, Evelyn Wang (Michelle Yeoh) que possui um lavanderia à beira da falência. Seu casamento com o marido covarde e inapto Waymond (Ke Huy Quan) está mais em crise do que torcedor do Vasco da Gama. Para piorar, seu pai (James Hong) vive criticando suas escolhas de vida e sua filha (Stephanie Hsu). No meio de tanta confusão, Evelyn precisa se preparar para uma reunião desagradável com uma auditora da Receita Federal chamada Deirdre (Jamie Lee Curtis).
Muitos tentaram ver “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” e não conseguiram chegar até o fim. Nós também não! E sinceramente não perdemos nada. E ainda assim esse filme ganhou o Oscar. O que convenhamos significa hoje em dia menos que nada. A não ser para servir de prova que o multiverso de Hollywood está repleto de idiotas que não entendem nada de cinema.
Para ganhar um Oscar você precisa fazer um curso de comunicação social ou outra faculdade irrelevante qualquer. De preferência com um mestrado em picaretagem. Faça um filme que ninguém entenda ou consiga assistir até o final. Pronto. Ninguém da academia vai admitir que não conseguiu ver o teu filme! Oscar ganho por preguiça e incapacidade cognitiva.
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, verdade seja dita, é um filme que abraça, que idolatra o ridículo. É quase como se pedisse desculpas pela falta de noção. Parece ser um projeto universitário que foi inscrito - só de zoeira mesmo - no Oscar. Depois de ganhar tantos prêmios, dá para perceber em qual multiverso o cinema está mais decadente...
(Everything Everywhere All at Once, EUA, 2022), Direção e roteiro: Daniel Scheinert, Daniel Kwan, Elenco: Michelle Yeoh, Ke Huy Quan, Jamie Lee Curtis, Stephanie Hsu, James Hong, Tallie Medel, Jenny Slate, Harry Shum Jr., Anthony Molinari, Audrey Wasilewski, Timothy Eulich, Biff Wiff, Andy Le, Duração: 139 min