O Show de Truman
Depois de Tom Hanks filmar sua própria autobiografia em Forrest Gump, onde fazia o papel de um loser abobado que terminava como um inconcebível vencedor, foi a vez do mala-mor do cinema americano, Jim Carrey, contar a história da sua vida. Claro que para isso ele precisou de um roteiro fantasioso e sonhador para dourar um pouco a pílula. O resultado? O Show de Truman.
O filme conta, como não poderia deixar de ser, a história de um loser chamado Truman Burbank (Jim Carrey). Ele vive em uma cidade encantada chamada Gramado(*), digo, Seaheaven. Lá, tudo parece perfeito. Só existe um pequeno e inquietante detalhe. Truman acha que alguém vive lhe vigiando o tempo todo.
Pois, por incrível que pareça, é exatamente isso que acontece. Desde o dia em que nasceu, Truman faz parte de um seriado de audiência mundial, O Show de Truman. A paradisíaca cidade onde vive nada mais é do que um imenso estúdio de TV. Os cidadãos de Seaheaven são atores e figurantes. Toda a sua vida é um roteiro de televisão (dos mais chinfrins, inclusive).
Claro que mais cedo ou mais tarde o herói irá descobrir que tudo não passa de uma farsa. Como o mocinho é o Jim Carrey ele leva nada menos do que 30 anos!!! A partir daí, O Show de Truman se torna a luta de Carrey para fugir do gigantesco cenário e viver sua própria vida.
Tudo bem. O roteiro de O Show de Truman tem algum interesse. Certas vezes, ele até parece ser realmente crítico contra a invasão de privacidade nas vidas das pessoas. Mas a caretice (em todos os sentidos) de Jim Carrey deixa tudo em ponto morto. Curiosamente, o filme prova, sem querer, que nem todos os losers são iguais. Pois Forrest Gump levou vários Oscars enquanto O Show de Truman foi solenemente ignorado pela academia.
(The Truman Show , EUA, 1998) Direção: Peter Weir. Roteiro: Andrew Niccol. Elenco: Jim Carrey , Laura Linney, Ed Harris, Noah Emmerich, Natascha McElhone, Holland Taylor. 102 min.
(*) ortopé, ortopé, tão bonitinho...