Trem da Vida
Quem segue maluco, maluco é. Esta parece ser a moral de Trem da Vida. O filme ganhou notoriedade no Brasil ao faturar o prêmio de crítica de público na 22ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Lançado sem muito alarde em vídeo, acaba comprovando que toda unanimidade é mesmo burra.
Em 1941, na segunda guerra mundial, um vilarejo judeu da Europa está ameaçado pela presença dos implacáveis nazistas. O exército alemão se aproxima. Os habitantes do lugar sem saber o que fazer resolvem adotar a idéia do louco da aldeia Schlomo (Lionel Abelanski), que sugere que eles comprem um trem e se passem por nazistas carregando prisioneiros para campos de concentração.
O truque está longe de ser brilhante, mas mesmo assim, no desespero puro e simples, o povo acha tudo genial. Então por incrível que pareça começa a mais bizarra fuga que já se viu nas telas. Ir de trem até a Rússia passando por um sem número de postos nazistas. Tudo recheado com um humor, digamos, tipicamente judeu.
Claro que alguns dos judeus acabam por se exceder no perfeccionismo ao interpretarem nazistas. Até mesmo um grupo de comunistas surge no trem. Tudo então se torna motivo para o rabino e líder da aldeia (Clément Harari) ter um ataque do coração de tanta preocupação. No fim das contas, Trem da Vida só sai dos trilhos na meia hora final. A história tem um desfecho bisonho, que põe tudo a perder. O melhor a fazer é ir de avião, mais rápido e mais seguro...
(Train de Vie, HOL/BEL/FRA, 98), Direção: Radu Mihaileanu, Elenco: Lionel Abelanski, Clément Arari, Agathe De La Fontaine, MIchel Muller, Rufus, Duração: 103 min.