O Tigre e o Dragão

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Na década de 80, sempre ela, a rede Globo exibia nas terças-feiras, a uma e meia da manhã, a Sessão Kung Fu. Nestes filmes os lutadores brigavam 15 minutos no chão depois voavam para o telhado e continuavam a pancadaria. O diretor Ang Lee resolveu copiar os velhos truques dos filmes de artes marciais. Para surpresa geral, O Tigre e o Dragão se tornou um sucesso arrasador. Tanto que depois de arrecadar 73 milhões de dólares se tornou o filme de língua estrangeira de maior bilheteria nos Estados Unidos, destronando A Vida É Bela.

Só que o filme de Ang Lee, no fundo, é a mesma farofa de sempre. Com alguma ou outra solução visual mais interessante. Tudo para agradar as platéias acostumadas com os pontapés impossíveis de The Matrix. No fim das contas, dá vontade de rever Operação Dragão com o Bruce Lee.

O Tigre e o Dragão começa quando o guerreiro Li Mu Bai (Chow Yun Fat) resolve se livrar de sua legendária espada, no bom sentido, é claro. Assim envia a Pequim sua companheira de longa data Yu Shu Lien (Michelle Yeoh). Li está apaixonado por Yu, mas como declarações de amor nunca foram o forte dos samurais, ele aguarda uma chance de se confessar.

Chegando na cidade Yu entrega a espada a um antigo amigo de seu pai Sir Te (Lung Sihung), um respeitado líder do local. Ela aproveita para conhecer a destemida Jeri (Zhang Ziyi) uma moça prometida em casamento, mas que está mais a fim de fubanguear. De repente, na calada da noite a mítica espada (epa!) é roubada. As supeitas caem sobre uma famosa ladra Raposa Jade (Cheng Pei Pei).

Yu começa a investigar o caso. Ela quer resolver tudo o mais rápido possível. Assim o seu amado Li pode finalmente descansar desta vida de guerreiro. Só que as coisas não saem como ela esperava. Uma guerreira misteriosa surge e a pancadaria rola frouxa. Cenas impossíveis e hilárias tomam conta do filme. Como o filme se passa na China antiga provavelmente o pessoal ainda não tinha sido avisado da Lei da Gravidade.

Claro que o roteiro entrega de mão beijada que a inocente Jeri é a lutadora misteriosa. Treinada pela Raposa Jade, superou a professora e consegue rivalizar até mesmo com Li. Tudo isso em intermináveis cenas de batalha. O diretor Ang Lee torce descaramente por Jeri. A cena que a heroína destrói sozinha um bar é pura sessão Kung Fu.

No final das contas, se O Tigre e o Dragão não empolga é por que não se fazem mais Bruce Lees como antigamente. Mas, com certeza, vai ficar mais difícil daqui para frente esculhambar um filme do Van Damme...

J. Tavares

(Crouching Tiger, Hidden Dragon, EUA, 2000), Direção: Ang Lee, Elenco: Chow Yun Fat, Michelle Yeoh, Zhang Ziyi, Chang Chen, Cheng Pei Pei, Lung Sihung. Duração: 119 min.

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