Nova York Sitiada
Não mesmo. Mil vezes não. Mas de jeito nenhum. Ninguém em sã consciência pode classificar Nova York Sitiada como um exemplo de cinema. Como o filme é, de certa maneira, sobre uma guerra, fica fácil de afirmar que a parte que cabe ao espectador é segurar a bomba.
Um ônibus explode no Brooklin. Uma campanha da mídia desencadeia uma onda de terror. Ninguém mais se sente a salvo em Nova York. Tudo culpa desses malditos terroristas do terceiro mundo. A partir daí o exército é chamado para tomar conta.
E é isso mesmo! O exercito assume Nova York e bota para quebrar. Tudo para descobrir onde estão os terroristas árabes que ameaçam a cidade. Só duas pessoas acabam indo contra o absurdo: Anthony Hubbard (Denzel Washington), chefe da Força Especial Anti-Terrorismo, que era a pessoa encarregada de manter a cidade a salvo das ameaças terroristas, e Elise Kraft (Annette Bening) uma agente da CIA, que conhece fontes na comunidade Árabe-Americana e pode ajudar a descobrir quem está por trás dos atentados.
Quando a cidade é invadida pelo exército americano surge a figura do General William Devereaux (Bruce Willis), careteiro até o limite do insuportável, que se revela um militar cauteloso, mas ciente que deve obedecer ordens. Ou seja, democracia é bonita, mas não funciona. Até por que na única vez em que deixaram o povo decidir condenaram Jesus Cristo.
Porém, o mais inacreditável em Nova York Sitiada é que tanto, diretor, roteirista e atores levam a sério a história. O que poderia ser um roteiro de filme trash é levado com uma cara-de-pau impressionante. Se você curte cenas de humor involuntário o filme até que é uma pedida razoável.
Nova York Sitiada (The Siege, EUA, 1998) Direção: Edward Zwick. Elenco: Denzel Washington, Annette Bening, Bruce Willis, Tony Shalhoub, Sami Bouajila, Ahmed Ben Larby, Mosleh Mohamed (e mais um monte de árabes malvados). 115 min.