O Anel de Corrupção
Baseado num roteiro de Orson Welles o que explica muita coisa co-escrito com a atriz Oja Kodar, que mais tarde seria esposa de Welles. Esse filme passa-se, possivelmente, em algum universo paralelo onde dois candidatos independentes conseguem vencer o bloqueio do bipartidarismo americano. Willian Hurt, em franca decadência, é um candidato a governador do Missouri que na reta final da eleição começa a ser atormentado por seu passado obscuro.
Orson Welles deve ter rascunhado esse roteiro num guardanapo e usado para limpar o molho de spaguetti ou uma mancha de vinho. Talvez, por isso, nada parece muito claro nessa história. Não é a toa que ficou tanto tempo sem ser filmado. Tente imaginar o seguinte: dois irmãos gêmeos, orfãos, são adotados por um senador americano do partido das libélulas esvoaçantes. Cheio das segundas intenções ele decide aliciar um deles e investir na carreira política do outro.
Só que por uma ironia do destino os irmãos tem nomes extremamente diferentes: Willian Blake e Raymond Romero. Sendo que Raymond é o político e Willian é a ovelha negra da família. Acreditando que ninguém nos EUA votaria em alguém com o sobrenome Romero, o senador convence os irmãos a trocarem de identidades. Não seria muito mais fácil simplesmente ir num cartório? Então Raymond(Willian) é convocado para o Vietnã e acaba desaparecendo em ação. Blake evidentemente se culpa pela morte do irmão, uma vez que deveria estar no seu lugar.
A história simplesmente não faz sentido e a realização é canhestra, para dizer o mínimo. Miranda Richarson ganhou o Globo de Ouro de atriz coadjuvante por esse filme. Mais uma prova cabal que esse prêmio não tem qualquer relevância e não deve ser levado muito a sério. Vide Central do Brasil.
(The Big Brass Ring, EUA, 1999) Direção: George Hickenlooper. Elenco: Willian Hurt, Nigel Hawthrne, Miranda Richardson, Irene Jacob, Ewan Stewart, Gregg Henry. 104 min.