E Sua Mãe Também
E Sua Mãe Também é um daqueles filmes que todo mundo comentou, mas ninguém viu. A obra dirigida por Alfonso Cuarón deveria causar furor pelas suas cenas de sexo, mas quem já assistiu a um carnaval no Rio de Janeiro sabe que o que aparece na tela é, literalmente, brincadeira de criança. Às vezes parece que a idéia básica era fazer uma espécie de "road fucking movie". Neste quesito o destaque fica para a atriz principal Maribel Verdú que mostra todo o seu carisma de 10 em 10 minutos.
E Sua Mãe Também conta a história de dois imberbes garotos de 17 anos Julio (Gael García Bernal) e Tenoch (Diego Luna). Ambos são amigos inseparáveis e sonham em faturar uma prima de 30 anos, a fagocitável Louisa (Maribel Verdú), que acaba de chegar da Espanha. Como suas namoradas resolvem fazer juntas uma viagem para a Europa (suspeito, muito suspeito) o caminho fica livre.
Para a sorte dos garotos (Deus ajuda a quem não sabe) Louisa acaba de se separar do marido e em um ato de extrema loucura aceita viajar de carro com os dois mirins para a praia de Boca del Cielo, que Tenoch e Julio sequer sabem onde fica. O tempo vai passando e tudo se encaminha para a sedução dos guris pela experiente prima. Ou seja vai rolar a clássica cena do sanduíche no final. Antes que o mais importante aconteça, o diretor abusa do voice-over (recurso no qual os personagens explicam as suas motivações).
Claro que para quem gosta de Maribel Verdú o filme é mesmo um prato cheio. Ela decididamente mostra a que veio. É, obviamente, a melhor coisa do filme. Já os elogiados diálogos de E Sua Mãe Também são de uma banalidade constrangedora. Nem mesmo conseguem chocar uma freira da ordem das carmelitas. O melhor mesmo é ficar com os clássicos de Gregory Hipollyte no antológico cine privê da Bandeirantes.
(Y Tu Mamá También, MEX, 2001), Direção: Alfonso Cuarón, Elenco: Maribel Verdú, Gael García Bernal, Diego Luna. Duração: 105 min.