Mar em Fúria

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O filme Mar em Fúria foi um sucesso inesperado de bilheteria nos Estados Unidos. Isto certamente não é uma grande recomendação, mas, no mínimo, atiça a curiosidade do incauto espectador. Claro que, no fim das contas, o filme estrelado por George Clooney faz água por todos os lados. O naufrágio de qualquer vida inteligente nas telas fica claro logo na primeira metade do filme.

Na trama, George Clooney faz o papel de um velho lobo do mar (Hemingway, te cuida), Billy Tyne. Depois de um casamento desfeito, a mulher não aguentava mais aquele budum de peixe morto, o herói resolve comandar um barco de pesca no progressista porto de Gloucester, em Massachussetts, nos Estados Unidos. Só que decididamente o mar não está para peixe e Tyne está cada vez mais desesperado.

Para piorar as coisas, sua colega de trabalho Linda Greenlaw (Mary Elizabeth Mastrantonio), capitã de outro barco, o Hannah Boden, está pegando tudo e mais um pouco. Quer dizer, o veterano marinheiro tem uma idéia brilhante do tipo: se ela pode por que eu não? Assim, ele leva toda a sua tripulação a se arriscar em uma aventura praticamente impossível de vencer, tudo para voltar com os porões recheados de peixe e pagar todas as dívidas.

Infelizmente, os marinheiros que acompanham Tyne não sabem que existem maneiras mais fáceis de ganhar dinheiro como o Programa No Limite, por exemplo. Então todos os losers partem para o mar a fim de recuperar a sua moral, mas uma gigantesca tempestade se aproxima. Para o experiente capitão tudo não passa de uma mera marola, até o momento que não há mais tempo de voltar. É enfrentar o furacão ou morrer tentando, o que vier primeiro.

Neste ponto o sucesso de Mar em Fúria se justifica. As cenas dentro da tempestade são incríveis. O que mostra que o pessoa dos efeitos especiais estava recebendo em dia. São aproximadamente uns 40 minutos de pura angústia, embora o fim da história seja para lá de previsível. Se você é daqueles que enjoa até em passeio de pedalinho é melhor fechar os olhos.

Depois, o roteiro se torna absurdamente piegas, com cenas constrangedoras. Não dá para acreditar que se trate do mesmo filme. Depois do fim da tempestade, tudo o restante do filme é inútil e desprezível. Parece que as cenas foram filmadas só para o espectador chorar (de raiva). O diretor Wolfgang Petersen parece ter ido mais cedo para casa e deixado um estagiário fazendo o corte final.

Uma curiosidade, a história de Mar em Fúria é baseada em um fato real. O drama vivido pelos marinheiros do Andrea Gail em 1991, quando se depararam com a tempestade perfeita, aconteceu mesmo. Infelizmente, se o mar está em fúria o espectador também por ser enganado por um filme conservador e piegas. Enfim, mais um exemplar do cinema catástrofe que é uma catástrofe cinematográfica.

J. Tavares

(The Perfect Storm, EUA, 2000) Direção:Wolfgang Petersen, Elenco: George Clooney, Mark Wahlberg, Diane Lane, John C. Reilly, William Fichtner, Mary Elizabeth Mastrantonio.

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