Star Wars Episódio IX - A Ascensão Skywalker
A informação mais relevante do último episódio (assim esperamos) de Star Wars é que não só o imperador Palpatine está de volta, mas ele fez sexo. Isso é altamente motivacional. Se um cara, que parece um panetone de frutas que respira, consegue se dar bem, os fãs (sic e sci-fi) da ZeroZen ganharam uma nova esperança.
A trama esquemática ao extremo pode ser dividida em três atos e nenhum deles faz sentido. Tudo começa com o retorno do Imperador Palpatine. Ele passou 30 anos escondido em um planeta chamado Exegol. Contratou pessoas construiu naves de guerra, movimentou a economia. Enfim, um líder nato.
Palpatine criou o que ele chamou de A Última Ordem. Essa nova ameaça causaria - de forma definitiva - o fim da resistência. Então, a única chance dos rebeldes é impedir a frota maligna de deixar Exegol. Só que esse planeta não foi cadastrado pelo GPS espacial. A única forma de chegar lá é por meio de um artefato místico (que diga-se de passagem só existem duas cópias em toda a galáxia).
A situação é terrível por que o destino está nas mãos da nova geração que, até o momento, se mostrou tremendamente incompetente. Rey (Daisy Ridley) segue no seu treinamento para ser uma Jedi ao mesmo tempo em que tenta entender a complexa ligação que possui com Kylo Ren (Adam Driver).
É incrível como o filme faz um esforço para desmentir tudo o que aconteceu no episódio anterior. Poe Dameron (Oscar Isaac) tem um arco completamente maluco e vira um Han Solo dos pobres. Para acabar com falatório, o roteiro inventa uma história com Zorii Bliss (Keri Russell). Ela conta que Poe foi um contrabandista. Mas em nenhuma das inúmeras HQs de Star Wars com o personagem esse passado é revelado.
Já Finn (John Boyega) - um verdadeiro Jedi na arte da friendzone - ganha um novo interesse romântico Jannah (Naomi Ackie). Aliás, isso mostra que os pedidos da internet foram atendidos e Rosie Tico (Kelly Marie Tran), desapareceu (ela só aparece por 1 minuto e 16 segundos). A participação de Tico, sem trocadilho, encolheu. Deve ser o frio no espaço sideral...
O segundo ato é a busca do artefato que vai levar a resistência a Exegol. O roteiro empilha uma situação absurda atrás da outra. Quase tudo se resolve da forma mais idiota possível. É aquela turminha da sessão da tarde aprontando altas confusões na galáxia. Aliás, a Millennium Falcon sofre demais no filme. Ou ninguém na nova geração é tão bom piloto como afirma, ou então a prova para tirar carteira de habilitação ficou muito mais fácil.
Por fim, surge a batalha final. Foram 42 anos esperando essa conclusão. Ao invés de um momento épico, surge uma luta simplesmente ridícula. Mas ao que tudo indica Lando Calrissian (Billy Dee Williams) tem um milhão de seguidores na rede social mais acessada da galáxia...
A nova trilogia de Star Wars foi uma verdadeira aula de falta de planejamento. Ou seja, o episódio VII é ignorado pelo VIII que, por sua vez, é ignorado pelo IX, que por sua vez, deve ser ignorado por qualquer pessoa que tenha o mínimo de conhecimento de cinema...
P.S.1 - O mais incrível é que na chamada Saga dos Skywalker, que durou nove filmes, a luta final é entre dois Palpatine!!
P.S.2 - O nível desse Star Wars é tão baixo que Maryann Brandon, editora do filme, disse que havia “um pouco mais de informação sobre o que estava mantendo Palpatine vivo, mas parecia um desvio de assunto”. Quando você considera o motivo fundamental dessa trilogia existir um desvio de assunto, fica claro a falta de noção de quem trabalhou no filme...
P.S.3 - Keri Russell (sim, ela mesmo, a Felicity) interpreta a mercenária Zorii Bliss. Só que a atriz nunca tira o elmo em cena. O motivo só pode ser a vergonha de participar de uma bomba desse calibre...
(Star Wars: Episode IX – The Rise of Skywalker, EUA, 2019), Direção: J.J. Abrams, Elenco: Daisy Ridley, Adam Driver, John Boyega, Oscar Isaac, Carrie Fisher, Mark Hamill, Anthony Daniels, Naomi Ackie, Domhnall Gleeson, Richard E. Grant, Lupita Nyong'o, Keri Russell, Joonas Suotamo, Kelly Marie Tran, Ian McDiarmid, Billy Dee Williams, Greg Grunberg, Shirley Henderson, Billie Lourd. Duração: 142 minutos
