Sibéria

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É fria, é fria. Todo mundo sabe que no antigo regime comunista da União Soviética ser enviado para a distante e desolada Sibéria era sinal de estar com os dias contados. Mesmo assim, os russos gostam de entrar em uma gelada, o que o diga o diretor Nikita Mikhalkov que resolveu contar uma enorme novela mexicana, capaz de fazer o Boris Yeltsen voltar com tudo ao alcoolismo.

Sibéria narra a história de Douglas McCracken (Richard Harris) um empreeendedor falido que precisa tirar o pé-da-lama vendendo uma bizarra invenção ao governo russo. Como a burocracia impede que ele aplique o golpe da sua vida, McCracken recruta uma jovem de moral nada ilibada e vida pregressa para lá de refutável, a bonitinha, mas ordinária Jane Callahan (Julia Ormond). Jane deve usar de todos os meios para persuadir o apatetado General Radlov (Aleksei Petrenko) a ajudar o empresário a deixar a Rússia cada vez mais pobre.

O problema é que em uma indesculpável falta de profissionalismo Jane acaba se apaixonando por um cadete com Q.I. de ostra, Andrei Tolstoy (Oleg Menshikov). Aliás, Oleg Menshikov tem uma atuação tão expressiva quanto a de uma ameba. É uma das figuras mais patéticas em cena e, no caso de Sibéria, onde gente patética é o que não falta, não deixa de ser uma espécie de mérito. Todavia, contra tudo e contra todos, o atoleimado cadete Andrei resolve conferir o que é que a americana tem.

O resultado é péssimo. Andrei termina sendo acusado de um crime que não cometeu e acaba sendo enviado para esfriar a cabeça na Sibéria (sem trocadilho). Como filme russo que se preza não pode ter menos de duas horas, Sibéria empilha uma série de cenas inúteis até o final previsível. Assista somente se você for muito fã de vodka e estiver a fim de tomar todas em homenagem a Boris Yeltsen.

J. Tavares

(The Barber of Siberia, FRA/RUS/ ITA, 1998), Direção: Nikita Mikhalkov, Elenco: Julia Ormond, Oleg Menshikov, Richard Harris, Aleksei Petrenko, Anna Mikhalkova, Duração: 154 min.

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