Retratos de uma Obsessão
Depois de encher o saco fazendo sempre o mesmo papel de uma criança presa no corpo de um adulto, Robin Williams resolveu mudar de rumo. Agora, em sua nova fase, faz sempre o mesmo papel de psicopata. Se em Insônia ele incomodava um atormentado detetive, em Retratos de uma Obsessão ele aproveita para irritar uma pequena família de classe média norte-americana e, é claro, o espectador.
Sy (Robin Williams) trabalha em uma loja de revelação de filmes fotográficos, o que está longe de ser uma das profissões mais dignas que a humanidade já inventou. Apesar de tudo, Sy é respeitado pela comunidade do supermercado onde trabalha. Uma espécie de cidadão modelo e funcionário padrão. Como não tem mais nada de interessante parta fazer na vida , ele acaba por escolher a família Yorkin como seus fregueses favoritos. E isso não necessariamente pode significar uma coisa boa.
O insípido e inodoro processador de filmes fotográficos acaba acreditando que Nina Yorkin (Connie Nielsen) e seu marido Will (Michael Vartan) bem como seu filho Jakob (Dylan Smith) são a sua família. Isso sim, é que é penetra. Sy faz cópia das fotografias e começa a criar uma coleção particular dos momentos vividos pelos Yorkin. Obviamente, há algo de podre no reino da fotografia.
Robin Williams tenta, se esforça, mas só consegue uma interpretação regular. Tão sem vida quanto o seu personagem. O filme é conduzido propositadamente em marcha-lenta até que Sy se transforme em um Cartier-Bresson do mal. Depois de assistir a Retratos de uma Obsessão é fácil perceber que Robin Williams precisa voltar urgentemente a fazer o mesmo papel de sempre de uma criança presa no corpo de um adulto...
(One Hour Photo, EUA, 2002), Direção: Mark Romanek, Elenco: Robin Williams, Connie Nielsen, Michael Vartan, Gary Cole, Eriq La Salle, Dylan Smith, Erin Daniels, Duração: 95 min.