Regras da Vida
Ao contrário do que a sua vó possa pensar Regras da Vida não é um filme sobre menstruação. Mesmo assim, o trabalho do diretor sueco Lasse Hallstrom (do digno Minha Vida de Cachorro) deve espantar o pessoal da terceira idade. O roteiro, premiado com Oscar, é um dos mais maniqueístas dos últimos tempos fazendo uma verdadeira cruzada pró-aborto.
O estúdio Miramax investiu pesado para comprar o best seller de John Irving, mas o resultado final de Regras da Vida é discutível. O jovem Homer Wells (Tobey Maguire) é um órfão com talento para a medicina. Wells cresceu no orfanato St. Cloud sob a tutela dr. Wilbur Larch (Michael Caine, eternamente canastrão). De repente, o jovem resolve sair para conquistar e conhecer o mundo para desespero do dr Wilbur que achava ter encontrado o seu substituto.
Neste momento, o filme muda de figura e se torna um longo e maçante manifesto a favor do aborto.
Homer foge do orfanato com a ajuda de um jovem casal, que tinha usado dos préstimos do dr. para sumir com um filho indesejável. Apesar de discordar do seu mestre, o herói se apaixona pela coisinha meiga da Charlize Theron e começa a mudar de idéia. O filme não poupa golpes baixos para induzir o espectador a acreditar que o aborto é a coisa mais fácil e segura do mundo. Então tá.
Aliás, Regras da Vida levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. O que significa que em Hollywood a taxa de fetos extirpados deve ser bem elevada. Eliminar os indefesos. Provavelmente estas devem ser as regras da vida. E depois dizem que incomodada ficava a sua avó...
(The Cider House Rules, EUA, 1999), Direção: Lasse Hallström, Elenco: Tobey Maguire, Charlize Theron, Delroy Lindo, Paul Rudd, Michael Caine, Jane Alexander, Kathy Baker, Erykah Badu, Duração: 131 min.