Psicose

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Pense bem de tantos filmes que o cinema já produziu por que refilmar logo Psicose? Alfred Hitchcock, que dirigiu a primeira versão, foi capaz de criar um personagem, Norman Bates, e uma cena, o assassinato no chuveiro, que podem figurar em qualquer antologia cinematográfica. Não havia por que filmar a história novamente abandonando o sombrio preto-e-branco por um colorido insosso.

O problema é que o diretor Gus Van Sant em uma crise de megalomania achou que era capaz de superar Hitchcock. Porém para evitar maiores polêmicas decidiu regravar o filme quadro-a-quadro com uma minúsculas alterações. Em uma delas ele coloca uma dispensável cena de nudez masculina apenas para agradar ao público gay do qual é integrante fiel.

O filme é um desastre, é lógico. Psicose de Alfred Hitchcock continua imbatível com o seu sangue de chocolate. A história, para quem ainda não sabe, conta como Marion Crane (Anne Heche), uma jovem secretária, resolve roubar dinheiro de seu chefe e começar vida nova. Só que na fuga ela se afasta da estrada principal e acaba indo parar em um motelzinho decrépito. Ela nem imagina onde estava se metendo.

O filme de Hitchcock foi um dos primeiros a mostrar um psicopata para o grande público. Hoje, seu vizinho de quadra é mais assustador que Norman Bates (interpretado por Vince Vaughn). Gus Van Sant perdeu tempo e dinheiro tentando fazer o impossível. Já o espectador pode economizar os seus trocados e fugir desta empulhação.

J. Tavares

Psicose (Psycho, EUA, 98). Direção: Gus Van Sant. Elenco: Vince Vaughn, Anne Heche, Julianne Moore, Viggo Mortensen, William H. Macy, Robert Forster. 109 min.

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