Postal

Não existe nada pior do que um filme que tenta ser propositalmente ruim. Postal, não só tenta ser um trash sem mérito algum, como parece ter a intenção de ofender todo mundo, em especial o telespectador, nesse ínterim. Inclusive o lema do filme é: algumas comédias vão fundo, outras começam lá. E uma vez no fundo do poço tudo o que o filme tem a fazer é chafurdar mais na lama.

Postal é vagamente baseado no segundo jogo da série. O primeiro, que está proibido no Brasil, você pode ler a resenha aqui. Mas tenha em mente que esse texto tem mais de dez anos! A história do gira em torno de um desempregado vivido Zack Ward, que tenta junto com seu tio, o comediante Dave Foley roubar um carregamento de brinquedos.

Mas a história por trás de Postal é mais interessante que o filme. O diretor Uwe Boll apresentou um roteiro a produtora Running With Scissors, responsável pelo videogame Postal, mas filmou outro completamente diferente. Transformando o roteiro numa espécie de "Um dia de fúria" com Zack Ward no lugar de Michael Douglas. Até mesmo as roupas são iguais.

Postal é, pasmem, a 'obra' mais pessoal do diretor Uwe Boll- que inclusive faz uma participação especial- o que convenhamos explica muita coisa. O diretor parece travar uma guerra pessoal com Hollywood, a indústria cinematográfica e praticamente o resto da humanidade. Mas se a idéia de Uwe era fazer um filme ofensivo, ou mesmo engraçado, erra o alvo feio.

No fim Postal só deve irritar quem investiu dinheiro nesse desastre cinematográfico. E se isso diminuir as chances do diretor Uwe Boll voltar a dirigir novamente. Pelo menos alguma coisa boa pode resultar Postal.

Saulo Gomes

(Postal, EUA, 2007) Direção: Uwe Boll. Roteiro: Uwe Boll e Bryan C. Knight. Elenco: Zack Ward, Dave Foley, Chris Coppola, Jackie Tohn, Verne Troyer. Duração: 102 min.

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