A Pervertida

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Tinto Brass adora uma popozuda. O diretor italiano está em sintonia com a mania nacional dos brasileiros. Talvez por isto a maioria de seus filmes seja lançada por aqui. A Pervertida é mais um filme onde o roteiro é um pretexto para closes e mais closes em cima da, vamos dizer de forma elegante, genitália feminina. Mas quem se importa com roteiro numa hora dessas.

Carla (Yuliya Mayarchuk) é uma boa garota boa. Ela tem um corpo escultural e está a fim de aproveitar a vida. Fidelidade é uma palavra que não consta do seu dicionário (na hipótese de que ela tivesse mesmo um dicionário em casa). Resolve viajar para Londres encontrar um apartamento para viver com seu namorado e protótipo de corno manso Matteo (Jarno Berardi). Matteo é estudante de economia, isto explica muita coisa em Venezza e acredita que a sua namorada pode ceder as implacáveis tentações da cidade grande.

Com o seu carisma, e põe carisma nisso, Carla acaba seduzindo uma proprietária de uma agência imobiliária Moira (Francesca Nunzi) e descolando um excelente apartamento na base do é dando que se recebe. Assim, ela só tem de esperar o corno, digo, o namorado para ser completamente feliz. Claro, o Matteo fica chateado por ter levado um chifre e resolve brigar com sua namorada. Então a nem tão meiga muito menos inocente Carla resolve literalmente dar o troco.

Logo, Carla está tendo várias aventuras (e não estamos falando de Indiana Jones) para o gaúdio da platéia. Com cada vez mais amantes e cada vez menos roupa. Em uma festa estranha com gente esquisita ela acaba conhecendo o ex-marido de Moira, o famoso Mario (Max Parodi) aquele que te pegou... enfim. Aliás, Mário é alguem acostumado a entrar pela porta dos fundos, se é que vocês me entendem.

No fim, Tinto Brass (nos Estados Unidos ele bem que poderia se chamar Tinto Ass) resolve fazer a apologia do corno, a defesa do chifre como modo de vida. O roteiro defende a duvidosa tese de quer, a traição traz o ciúme que por sua vez traz o desejo. Hmmm. Suspeito, muito suspeito. Se a moda pega....

J. Tavares

(Tragidere, ITA, 2000) , Direção e Roteiro: Tinto Brass, Elenco: Yuliya Mayarchuck, Jarno Berardi, Francesca Nunzi , Vittorio Attene, Mauro Lorenz, Leila Carli, Duração: 84 min.

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