Pelé Eterno
Pelé Eterno pode ser definido de maneira simples e direta. O filme é uma bosta, mas o jogador é genial. O documentário dirigido Anibal Massaini Neto conta a vida do maior jogador de todos os tempos de maneira tão oficialista que parece que Pelé criou o mundo, as estrelas e no sétimo dia descansou.
Simplesmente não há espaço para polêmicas. A idéia é mostrar o atleta do milênio, o rei do futebol, o tricampeão mundial, o bicampeão do mundial interclubes pelo Santos Futebol Clube, decacampeão paulista, também pelo Santos Futebol Clube, em sua melhor forma. Quanto a parte dos gols e jogadas, nada a reclamar.
Decididamente, Pelé era um jogador muito a frente de seu tempo. Porém, o documentário é brega até o último cadarço de chuteira. Os depoimentos "chapa-branca" para provar como Pelé era um sujeito legal chegam a ser irritantes.
Mais incrível ainda, só agora o mundo vai descobrir que Pelé ganhou as Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970 sozinho!! Sim, como o filme é sobre Pelé o restante da equipe pouco importa. Aliás, por uma discussão sobre direitos de imagem, um dos quatro gols da seleção brasileira na final da copa de 1970 não é mostrado.
O filme também tenta recriar o mais antológico gol da carreira de Pelé. O lance aconteceu na rua Javari, no estádio do Juventus, na Mooca paulistana, em 1959. Como deste gol não existe uma única imagem, o jeito foi a reconstituir digitalmente a cena. O resultado é desastroso, qualquer videogame de futebol atual tem gráficos melhores.
A clássica frase de Pelé: "brasileiro não sabe votar" sequer é citada no filme. Assim como todas as suas investidas na política. Bem, com Pelé Eterno, o craque provou que além de não saber votar, o brasileiro também não sabe dirigir documentários...
(Pelé Eterno, BRA, 2004), Direção: Anibal Massaini Neto, Elenco: Pelé, a mulher de Pelé, os filhos de Pelé, a família do Pelé, os amigos de Pelé, um monte de gente que jogou com Pelé, um monte de gente que foi driblada por Pelé, um monte de gente que levou gols do Pelé, Duração: 120 min.