Ninguém é Perfeito

É realmente preciso admirar a coerência do diretor Joel Schumacher. Aconteça o que acontecer a libélula esvoaçante de Hollywood sempre produz um filme pior do que o outro. Se alguém quiser listar o que de pior os Estados Unidos criaram no cinema basta imprimir a filmografia de Schumacher. O desastre da vez chama-se Ninguém é Perfeito e levou o consagrado careteiro Robert de Niro a pagar um mico gigantesco.

Robert De Niro é ex-policial italiano linha dura (até quando teremos de aturar o ator repetindo o mesmo papel é um mistério). Um dia bandidos atacam o cortiço onde ele vive. Um vizinho estava envolvido com negócios para lá de escusos. O que faz o aposentado e decadente homem da lei? Pega o revólver e decide dar um jeito na situação. Porém, enquanto sobe as escadas para dar um jeito nos mal-feitores tem um derrame.

Sim, isto mesmo. Ele sequer consegue dar um tiro. E, o que é pior, acaba com todo o lado direito do seu corpo paralisado. Então para transformar sua vida em um verdadeiro inferno surge uma bizarra drag-queen (pesando bem todas as drag-queens são bizarras) interpretada por Phillip Seymour-Hoffman. A aprendiz de travesti resolve dar lições de moral e ajudar o pobre policial a vencer os seus preconceitos.

Ninguém é Perfeito descamba rapidamente para a pieguice mais rasteira. Chega a ser difícil encontrar um adjetivo para qualificar um filme tão ruim. As cenas onde De Niro tenta aprender música com a drag são verdadeiras pérolas do humor involuntário. Joel Schumacher até tem razão em defender a idéia de que ninguém é mesmo perfeito (inclusive o diretor), mas um pouco de competência não faz mal a ninguém.

J. Tavares

(Flawless, EUA, 1999), Direção: Joel Schumacher, Elenco: Robert de Niro, Philip Seymour Hoffman, Barry Miller, Christopher Bauer, Skipp Sudduth, Duração: 111 min.

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