Motoqueiro Fantasma

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É preciso encarar os fatos: o motoqueiro fantasma é um dos personagens mais ridículos das histórias em quadrinhos. Pior que isso só se criassem um "Espectro Ciclista". Mesmo assim, Hollywood teve coragem o suficiente para bancar mais esta insanidade. O resultado como não poderia deixar de ser fica entre o patético e o pífio entre o catastrófico e o calamitoso... Bem, já deu para entender a idéia...

Tudo começa em um espetáculo com acrobacias em motos. Johnny Blaze (Nicolas Cage) e seu pai Barton Blaze (Brett Cullen) se divertem pulando por cima de carros, caminhões e outros animais de quatro rodas. Porém, Johnny descobre que seu pai tem câncer. E o que é pior: a doença está em fase terminal. Então ao invés de ficar chorando pelos cantos, decide fazer um pacto com Mefisto (Peter Fonda). Sua namorada de adolescência, Roxanne Simpson, acredita que algo não cheira bem nessa história toda (culpa do enxofre, é claro).

Porém, o diabo não costuma jogar limpo. O coisa ruim garante que Barton não vai morrer de câncer, só esqueceu de dizer que o seguro de vida do pai de Johnny só cobria essa doença e mais nada. Logo, na primeira apresentação depois de estar curado, ele decide fazer uma manobra muito arriscada e morre. Então, já que perdeu sua alma, Johnny cai na estrada e embarca numa carreira-solo bem sucedida. À noite, ele se transforma no Motoqueiro Fantasma, uma espécie de justiceiro infernal, que despacha para o além, demônios rebeldes e insolentes.

Depois de muito tempo, Johnny reencontra seu antigo amor, Roxanne (Eva Mendes), que, ora vejam só, virou uma fagocitável jornalista. Nessa momento impróprio, Mefisto retorna para cobrar sua dívida. O cramulhão quer conter a rebeldia de seu filho, Coração Negro (Wes Bentley). Se Johnny cumprir sua parte, o diabo garante que ele terá sua alma de volta. Com um incentivo desses, o motoqueiro decide aceitar a missão.

Verdade seja dita, o roteiro segue na mesma linha da história de Marvel Spotlight #5, que narra o surgimento do Motoqueiro Fantasma. Porém, não há nada que sustente mais de 20 minutos de trama. Depois de um tempo, o tédio se espalha rapidamente. Ver Nicolas Cage esticar o braço fazer uma careta e soltar uma frase cretina realmente não vale a pena. Certamente não foi para isso que o cinema foi criado..

O personagem teve uma caracterização razoável. Até mesmo o temido "Olhar da Penitência" surge na tela grande. Aliás, o Motoqueiro é um desses heróis que não funciona justamente por ser poderoso demais, mesmo para os padrões naturalmente exagerados das HQs. Apesar de tanta força, o herói ainda vai precisar da ajuda de um misterioso coveiro (Sam Elliott) para conseguir algum sucesso. Diga-se de passagem o confronto final entre o Motoqueiro e Coração Negro é decepcionante.

O roteiro é totalmente previsível e banal, os diálogos beiram ao constrangedor. De fato, Motoqueiro Fantasma, só para fazer uma comparação entre seres bizarros, consegue ser tão tosco e mal-feito quanto o Spawn. Enfim, de boas intenções e filmes ruins o inferno está cheio.

J. Tavares

(Ghost Rider, EUA, 2007), Direção: Mark Steven Johnson, Elenco: Nicolas Cage, Eva Mendes, Brett Cullen, Peter Fonda, Donal Logue, Wes Bentley, Laurence Breuls, Daniel Frederiksen, Matthew Wilkinson, Kirstie Hutton, Gibson Nolte, Sam Elliott, David Roberts, Arthur Angel, Jonathan Oldham, Matt Long, Raquel Alessi, Duração: 114 min.

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