Uma Lição de Amor

Sean Penn achou que interpretando um abobado-da-enchente iria faturar o Oscar de melhor ator. Ledo engano. Afinal de contas ninguém, leva a estatueta dourada por interpretar a si mesmo. Porém, os problemas de Uma Lição de Amor são muito maiores. O roteiro fica o tempo inteiro ofendendo a inteligência do espectador. A direção é frouxa, burocrática e sem inspiração.

Sam (Sean Penn) é um homem com problemas mentais (sérios) que tenta recuperar a guarda de Lucy (Dakota Fanning), sua filha de sete anos. Claro. Isso só pode ser mesmo coisa de louco. Mesmo assim, uma advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer) sem nada melhor para fazer resolve abraçar a causa. E a dupla vai ter muito trabalho para tirar a pequena Lucy da guarda da mãe adotiva Randy Carpenter (Laura Dern).

Bem, qualquer pessoa com formação cromossomial específica sabe que Sam não tem condições de cuidar de Lucy. A justiça sabe que uma família onde a menina é intelectualmente superior ao pai é difícil de dar certo. Até por que alguém precisa ser esperto o suficiente para regular o valor da mesada. Para piorar as coisas, Sam é fã dos Beatles. E rapidamente o filme se transforma em irritante manual de frases feitas ao som do quarteto de Liverpool.

Uma Lição de Amor é uma overdose de cenas apelativas. Os momentos acuçarados do filme são capazes de matar um batalhão de diabéticos. O final é realmente constrangedor e atropela toda a lógica do sistema judiciário dos Estados Unidos. Coisa de fazer inveja ao O.J. Simpson.

J. Tavares

(I Am Sam , EUA, 2001), Direção: Jessie Nelson, Elenco: Sean Penn, Michelle Pfeiffer, Laura Dern, Dakota Fanning, Dianne Wiest, Joseph Rosenberg, Brad Allan Silverman, Richard Schiff, Stanley DeSantis, Loretta Devine, Doug Hutchison, Rosalind Chao, Duração: 132 min.

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