Kraven - O Caçador

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Kraven - O Caçador foi um fracasso monumental. Arrecadou apenas US$ 11 milhões em seu final de semana de estreia na América do Norte. Ficou atrás até mesmo de "Madame Teia". Dá para dizer que foi "um desastre épico". Porém, isso é uma boa notícia. Por que graças a um desempenho tão pífio e patético, a Sony desistiu de continuar fazendo filmes com vilões do Homem-Aranha.

Para piorar a situação, Kraven é um daqueles vilões do segundo time. Foi uma escolha questionável. Como personagem, ele é meio brega, meio ridículo. Mas - aí vem um detalhe importante - é o antagonista da melhor história do Homem-Aranha. A última caçada de Kraven é uma aberração nas aventuras do cabeça de teia. É interessante do começo ao fim. Então se a ideia era introduzir o personagem somente para filmar esse roteiro, talvez houvesse algum interesse.

Mas não há salvação em Kraven - O Caçador. A trama segue o mesmo padrão de ruindade da Sony. Com um roteiro que para ser ruim precisa se esforçar muito. Mas, verdade seja dita, o diretor J.C. Chandor consegue criar algumas cenas de ação razoáveis no começo do filme.

A trama começa acompanhando a família Kravinoff. Sim, eles são russos. Dá para perceber pois tomam vodca no café da manhã. De qualquer forma, o patriarca da família Nicolai Kravinoff (Russell Crowe) é um escroto. É uma espécie de rei do crime que está preocupado com a sua sucessão. Então, precisa escolher entre seus dois jovens filhos: Sergei (Levi Miller) e Dmitri (Billy Barratt).

Nem é uma tarefa tão difícil. O primeiro quer ser um caçador, o segundo quer fazer covers de Elton John, o que talvez ajude na hora de ganhar um American Idol, mas no mundo do crime é algo mais inútil que maçã em salada de maionese.

Ainda assim, Nicolai leva os filhos em um safári. Nada de jogar Astrobot em um Playstation 5. A ideia é sair matando animais à moda antiga com tiro de escopeta. Sergei se empolga e acaba sendo atacado por um leão. Porém, é salvo na última hora por uma menina chamada Calypso. Ela usa um chá de ervas criado pela sua vó. Sergei se cura e ainda ganha super-poderes. Ou seja... toma essa, Gatorade!

Depois de um tempo, ele decide sair de casa e adotar um outro nome, Kraven - O Caçador. Então, basicamente ele decide caçar criminosos para fazer com que eles paguem pelos seus crimes. Até mesmo os bandidos que já estejam presos. Kraven (Aaron Taylor-Johnson) rapidamente se torna uma lenda. Enquanto isso, Calypso (Ariana DeBose) se transformou em uma super-vilã da vida real. Ou seja, virou uma advogada.

O problema é que as ações de Kraven vão acabar eventualmente atrapalhando os planos de Aleksei Sytsevich (Alessandro Nivola) , mais conhecido como Rino. Para exterminar a ameaça, ele contrata os serviços do Estrangeiro (Christopher Abbott), um vilão cujo poder parece ser contar até três.

Isso sem falar no fato de que seu irmão Dmitri está crescido e não aparenta ter qualquer ambição de assumir os negócios da família. Isso, é claro, irrita Nicolai. Mas é evidente que todos os personagens vão acabar se cruzando - de uma forma ou de outra - e justificando a tradicional pancadaria no final.

Kraven - O Caçador tem vilões demais e explicação de menos. Nada fica muito claro. O Estrangeiro é simplesmente jogado na tela e seja o que Deus quiser. O arco de Calypso vai do nada ao lugar nenhum. É muita gente pra pouco roteiro. No final das contas, o filme talvez seja um pouco melhor do Madame Teia, mas isso é menos do que nada.

P.S. - Russell Crowe é o pai biológico do Superman na DC, mas na Marvel interpretou Zeus, logo é o pai de Hércules e agora virou pai de Kraven, o Caçador. Caramba, deve ser o ator que mais paga pensão alimentícia no mundo...

J. Tavares

(Kraven The Hunter, EUA, 2024), Direção: J.C. Chandor, Roteiro: Richard Wenk, Matthew Hollaway, Arthur Marcum, Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Russell Crowe, Ariana DeBose, Fred Hechinger, Alessandro Nivola, Christopher Abbott, Levi Miller, Billy Barratt, Dritan Kastrati, Duração: 127 min.