Coração de Cavaleiro
Certos filmes constumam tratar o exagero, o absurdo com uma certa leviandade. A overdose de cenas impossíveis em Coração de Cavaleiro chega a ser hilária. A trama é uma espécie de Rocky, um Lutador passada na Idade Média. Na época os ingleses não tinham inventado o futebol e, para passar o tempo, criaram os torneios de cavaleiros.
Infelizmente o pobre jovem William Tatcher (Heath Ledger) não pode participar das provas por um simples motivo. Ele não é um cavaleiro. Nada que um pouco de maracutaia, de fraude, do tradicional jeitinho inglês, não possa resolver. Com efeito, William e seus dois amigos Roland (Mark Addy) e Wat (Alan Tudyk) decidem se auto-nomear nobres vindos de um reino distante. Surge então o imponente Ulrich von Lichtenstein de Gelderland. Para divulgar a sua história contam com a ajuda de um escritor desempregado Geoff Chaucer (Paul Bettany).
Claro que na vida real eles seriam enforcados em praça pública. Mas com o bom-senso não é a marca registrada do roteiro de Coração de Cavaleiro, o trio alcança seu objetivo. Há um vilão, o cavaleiro James Thatcher (Christopher Cazenove) que quer impedir esta bagunça nas regras do jogo e a conseqüente ascensão na escala hieráquica e social de William. Principalmente por que o aventureiro está de olho na donzela prometida a James, a moderninha Jocelyn (Shannyn Sossamon).
A batalha final ocorre ao som de We Will Rock You, da banda Queen em uma regravação canhestra de Robbie Williams. Aliás, a luta decisiva entre mocinho e vilão é tão eivada de absurdos e exageros que parece saída de uma comédia rasteira. Até mesmo Rocky teve mais dignidade. O diretor Brian Helgeland, de Los. Angeles - Cidade Proibida, se limita a tentar agradar a platéias adolescentes. O melhor a fazer é assistir a um bom jogo de futebol...
(A Knight's Tale, EUA, 2001), Direção: Brian Helgeland, Elenco: Heath Ledger, Mark Addy, Rufus Sewell, Shannyn Sossamon, Paul Bettany, Alan Tudyk, Laura Fraser, Berenice Bejo, Duração: 132 min.
