Perseguição
A humanidade é besta. E um filme como Perseguição prova esta tese. Apesar de ter um roteiro tíbio, interpretações patéticas e uma direção amorfa conseguiu fazer uma boa bilheteria nos cinemas americanos. O tipo de coisa que faz qualquer pessoa perder a fé no futuro. A obra do diretor John Dahl é mais uma tentativa de emular os truques de Encurralado, dirigido por Steven Spielberg.
Nas férias de verão o adolescente Lewis Thomas (Paul Walker) está a um passo de se dar bem. Conseguiu convencer a garota de seus sonhos Venna (Leelee Sobieski) e embarcar com ele em uma viagem de carro pelos Estados Unidos. Ora, isto significa sexo, drogas e rock`n`roll (não necessariamente nessa ordem). Porém Lewis não contava com uma ameaça assustadora e terrível. Uma força da natureza, incapaz de ser detida: o seu irmão Fuller (Steve Zahn).
Mesmo sabendo que Lewis está a fim de Venna, Fuller se mete no meio do casal e faz de tudo para atrapalhar. Decididamente um personagem completamente sem noção. E para tornar as coisas mais indigestas ele resolve comprar um rádio-amador. Depois de instalado no carro, Fuller passa o tempo inteiro tirando sarro dos caminhoneiros, o que está longe de ser algo inteligente. Agora, em uma época de Internet, voice-mail, celular, quem diabos vai perder seu tempo com um obsoleto rádio-amador. Fala sério.
De qualquer forma, Fuller e Lewis tiram sarro de um caminhoneiro chamado Rusty Nail. Imitam a voz de uma mulher e marcam um encontro em um hotel de beira de estrada. Era para ser, digamos assim, mais uma Pegadinha do Gugu. Só que Rusty está longe de ser a pessoa mais bem-humorada da face da terra. Logo, ele passa a perseguir a dupla de palhaços de forma implacável, chegando, inclusive, a seqüestrar a meiga Venna. O filme tem pelo menos um mérito: termina rápido. Como curiosidade há um final alternativo. Mas nada que salve Perseguição do naufrágio.
(Joyride, EUA, 2001), Direção: John Dahl, Elenco: Steve Zahn, Paul Walker, Leelee Sobieski, Duração: 95 min.