Jogo dos Espíritos

Alguém poderia colocar um anúncio de classificados com o seguinte texto. Procura-se vilões para filmes de terror. Paga-se bem. Excelente plano de saúde. Basta saber trucidar pessoas e ter capacidade de ressuscitar para o filme seguinte.

O Jogo dos Espíritos é um primor de falta de idéias. O diretor e roteirista Marcus Adams decidiu usar o "jogo do copo" como premissa para o seu filme de terror. Sim, isso mesmo. Um grupo de amigos, numa festa em um depósito abandonado, resolve fazer uma sessão para invocar espíritos com uma mesa Ouija. O que começou como brincadeira logo se transforma num pesadelo.

Porém, o espírito não gosta que interrompam seu sono eterno. Então soletra uma mensagem para lá de sutil: "todos mortos". Pronto é o que basta para começar a confusão e correria. Rapidamente todos os envolvidos começam a morrer atacados pelo maligno monstro do além. A criatura se apropria do corpo de um dos integrantes da turma e passa perseguir os demais, deixando sempre terríveis queimaduras nos cadáveres.

Curiosamente, em O Jogo dos Espíritos, as personagens são fúteis, idiotas, irritantes e viciados em anfetaminas. Ou seja, o público (e o diretor) torcem descaradamente pelo vilão. O herói do filme é justamente o mais insuportável da turma. Ou seja, este é um filme de chatos, para chatos e feito por um chato.

O roteiro empilha seqüências ridículas em profusão. Os adolescentes se separam por qualquer motivo para facilitar a ação do espírito assassino. Há uma verdadeira sucessão de sustos previsíveis. Não é preciso invocar nenhuma força do além para saber que o Jogo dos Espíritos não vai a lugar nenhum.

J. Tavares

(Long Time Dead, EUA, 2002), Direção: Marcus Adams, Elenco: Joe Absolom, Lara Belmont, Melanie Gutteridge, Lukas Haas, James Hillier, Alec Newman, Mel Raido, Marsha Thomason, Tom Bell, Michael Feast, Cyril Nri, Tameka Empson, Peter Gevisser, Derek Lea, Duração: 94 min.

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