A Isca Perfeita

E tem gente que ainda é contra o divórcio. Desde que largou o marido Tom Cruise, Nicole Kidman viu sua carreira artística disparar. Sem o peso de estar carregando aquela mala, partiu para fazer filmes com um mínimo de interesse e até levou um Oscar para casa por sua interpretação em As Horas. Todos este prolegômeno é necessário para dizer que Nicole é a melhor coisa de A Bisca Perfeita, digo, A Isca Perfeita.

O pacato bancário John (Ben Chaplin) está cansado de viver sozinho. Como é um homem moderno, interessado pelas novas tecnologias resolve usar uma agência matrimonial da Internet. Sim ele encomenda uma noiva direto da terra da Vodka. Para isso que serve a web, diminuir fronteiras, aproximar as pessoas, tudo em nome da boa e velha putaria.

Assim, um belo dia a carsimática Nadia (Nicole Kidman) desembarca na Inglaterra. Como a moça mal fala inglês a relação é um pouco confusa, mas o casal vai se amarrando aos poucos (no bom e no mau sentido). Quando tudo parece um comercial de margarina, surgem Yuri (Mathieu Kassovitz) e Alexei (Vincent Cassel) dois amigos de Nadia são uma fonte de problemas.

A Isca Perfeita perfeita tenta manter o ritmo alternando uma comédia romântica com uma trama policial. O resultado, é claro, é uma tremenda confusão. Há uma nítida falta de ritmo no roteiro compensada por Nicole Kidman. Ben Chaplin é provavelmente uma das pessoas mais sem carisma de Hollywood. Então sobra para a bisca perfeita roubar todas as cenas do filme.

Como o diretor Jez Butterworth não é bobo ele consegue extrair o melhor que Nicole tem a oferecer em termos de interpretação. E só isso já vale a locação. Assista ao filme acompanhado (de preferência no Dia dos Namorados) e use a tecla pause para conferir o talento de Nicole Kidman. Depois é só partir pro abraço. E nem precisa agradecer...

Paulo Pinheiro

(Birthday Girl, EUA, 2002), Direção: Jez Butterworth, Elenco: Nicole Kidman, Ben Chaplin, Mathieu Kassovitz, Vincent Cassel, Duração: 93 min.

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