Iris

Iris é um filme tão interessante quanto visitar um asilo. Se você gosta de gente idosa ou curte uma gerontofilia esse é seu filme. A história dirigida por Richard Eyre se arrasta em diálogos e cenas inúteis. De certa forma, é um filme velho em todos os sentidos. Para piorar as coisas, o roteiro foi baseado em um livro escrito pelo marido de Iris, o crítico literário John Bailey, que parece ter feito tudo ao seu alcance para se tornar o personagem principal.

O filme retrata a vida da escritora irlandesa Iris Murdoch. Ela lançou seu primeiro romance, Under The Net, aos 35 anos. No total, escreveu 25 romances. Reza a lenda que ela era freqüentemente descrita como a mulher mais brilhante da Inglaterra. Ou seja, isso só pode ser mais um exemplo da ironia inglesa. Iris é interpretada por na juventude por Kate Winslet e na velhice por Judi Dench. Ela começa sua carreira com professora em Oxford, na década de 50. Lá conhece seu marido John Bailey (Jim Broadbent e Hugh Bonneville).

Sabe-se por que ela se apaixona por um mosca-morta, um inútil e desprezível Bailey. E contra toda a lógica decide até mesmo se casar. Apesar de se tornar uma escritora de sucesso acaba descobrindo que possui o Mal de Alzheimer. Então começa uma longa queda até a sua morte em 1999. Durante todo esse tempo, o fiel Bailey a acompanha como um cão de guarda.

Tudo muito bonito e edificante, porém o espectador termina sem saber de fato quem foi Iris Murdoch. A partir do momento em que a sua doença é revelada Iris, passa a ser tratada (e a agir) como uma oligofrênica. Na sua fase terminal ela mais parece uma retardada, uma débil mental. No contraponto o marido é sempre representado como o herói, o cavaleiro, o protetor. Bem, uma coisa é certa. Iris é a prova viva que o casamento mais cedo ou mais tarde acaba enlouquecendo as pessoas...

J. Tavares

(Iris, EUA, 2002), Direção: Richard Eyre, Elenco: Judi Dench, Jim Broadbent, Kate Winslet, Hugh Bonneville, Penelope Wilton, Samuel West, Timothy West, Eleanor Bron, Duração: 90 min.

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