Insônia

Honestamente: é Insônia um policial muito mais ou menos. O diretor Christopher Nolan, do superestimado Amnesia, decididamente se vendeu ao sistema. Até aí nada demais. Não dá para culpar Nolan de querer ganhar dinheiro fácil. Mas o fato é que a última coisa que o filme provoca é insônia. Com seu ritmo sonolento e arrastado, a trama só interrompida pelos freqüentes bocejos da platéia.

O policial Will Dormer (Al Pacino) é um policial à moda antiga. Ele até pensa em resolver crimes e prender bandidos. Nem que para isso tenha de atropelar todos os limites da ética. Porém como isto nem sempre é uma combinação interessante os seus chefes o mandam para o longínquo e gélido Alasca. Com certeza não se trata de uma promoção...

Dormer então viaja com o seu parceiro parceiro (Martin Donavan) para o lugar onde o diabo gelou a bunda para solucionar o assassinato de uma jovem. Ele é recebido como uma espécie de herói pela polícia local. Só falta desfile em carro aberto. Tem até mesmo uma apaixonada fã que sabe tudo a seu respeito, a policial Ellie Burr (Hilary Swank). O principal suspeito do crime é o Walter Finch (Robin Willians, careteiro até não poder mais).

De certa forma Dormer está com a faca e o queijo nas mãos. O assassinato é fácil de resolver e todas as pistas levam sempre ao mesmo lugar. Ou seja, é só prender o culpado e voltar para casa. O problema é que ele não consegue dormir. É o famoso sol da meia-noite. Durante seis meses é dia 24 horas no Alasca. E o pobre policial fica acordado, vendo seu raciocínio desaparecer aos poucos. Ora, isso só mostra a fraqueza da trama. Afinal de contas, até parece que não tem goró no Alasca. Isso sim é que é o verdadeiro sonífero. Com a vantagem de que lá a cerveja está sempre gelada.

J. Tavares

(Insomnia, EUA, 2002), Direção: Christopher Nolan, Elenco: Al Pacino, Robin Williams, Hilary Swank, Maura Tierney, Martin Donovan, Nicky Katt, Paul Dooley, Jonathan Jackson, Duração: 118 min.

Voltar