O Homem Que Copiava

Bastam apenas 30 minutos para o esperado filme de Jorge Furtado ir por água abaixo. Com um cacoete de documentarista, ele começa um longo prólogo para provar que a vida de André (Lázaro Ramos) é uma bosta. Bem, mas o herói do filme tem 20 anos e o segundo grau incompleto. É operador de fotocopiadora na livraria e papelaria Gomide, no quarto distrito, em Porto Alegre. E ainda por cima mora com a mãe!

Pô, se isso não é uma vida medíocre, o que mais será? Só que André está perdidamente apaixonado por Sílvia (Leandra Leal), que trabalha como balconista numa loja de roupas femininas. Ela parece ser única que dá bola para os seus desenhos. Por isso, ele precisa descolar trinta e oito reais para comprar um chambre de chenile para ajudar sua amada.

Na papelaria André tem a companhia de Marinês (Luana Piovani). Carismática, está interessada em mudar de vida e arranjar um marido rico. Porém, até agora só conseguiu namorar Cardoso (Pedro Cardoso) que tenta desesperadamente tirar o zero do placar com Marines.

A vida sem interesse destes quatro personagens vai se cruzar em uma trama que se torna progressivamente mais estapafúrdia. O absurdo seguinte do roteiro é substituído por outro ainda maior na cena seguinte.

O curioso é que o filme, em tese, se passa no Rio Grande do Sul. Porém, Pedro Cardoso é o gaúcho mais carioca que se tem notícia. Jorge Furtado lutou muito, mas não conseguiu uma única cena de nudez com a Luana Piovani. Perdeu para Carlos Gerbase que mostrou todo o carisma de Maitê Proença. No fim das contas, o filme também poderia ser chamado de O Homem Que Copiava Quentin Tarantino...

J. Tavares

(O Homem que Copiava, BRA, 2003), Direção: Jorge Furtado, Elenco: Lázaro Ramos, Leandra Leal, Luana Piovani, Pedro Cardoso, Paulo José, Júlio Andrade, Carlos Cunha, Duração: 123 min.

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