Fogo Sagrado
Certo. As pessoas têm problemas. Mas com certeza os produtores de hollywood tem muito mais do que o resto da humanidade. Quem em sã consciência aprovaria um roteiro tão bisonho e patético? É de se lançar uma campanha: parem com essa insanidade. A diretora Jane Campion, do superestimado O Piano, fracassou em uma tentativa mal-ajambrada de crítica ao esoterismo.
A insatisfeita garota australiana Ruth (Kate Winslet) é uma jovem que sonha com uma vida de aventuras. Resolve então fazer uma viagem à Índia e encontra um guru de enorme saber pelo qual se apaixona. Entra em transe, viaja no molho curry e encontra o caminho da luz. Depois disso resolver abandonar tudo e ficar meditando, sonhando em renascer como a vaca sagrada do seu mestre.
Claro que a sua família acha esse negócio de vaca sagrada muito estranho e resolve trazer a todo custo sua cria de volta para casa. O problema é que Ruth está viciada no "indian way of life". Assim a sua família, que não tem dinheiro para comprar um playstation2, para curar este trauma resolve trazer um conselheiro espiritual americano chamado PJ Waters (Harvey Keitel).
PJ Waters pede apenas três dias numa cabana deserta com Ruth, depois disso tudo estará resolvido. A família sabe-se lá como acha tudo lindo e maravilhoso. Nesta altura do campeonato o espectador mais atento já quer jogar o videocassete pela janela tamanha a estultice de Fogo Sagrado.
Como recompensa a tanto sofrimento a atriz Kate Winslet mostra-se bastante (com direito a nu frontal) provando que ser uma vaca sagrada é com ela mesma. Infelizmente como o Titanic, Kate já afundou faz tempo. A lei da gravidade, salvo o bom e velho silicone, é irrevogável. A mensagem do guru indiano da ZeroZen diz: fuja de Fogo Sagrado e de qualquer filme dirigido por Jane Campion e melhor sorte na próxima encarnação.
(Holy Smoke,EUA/1999), Direção: Jane Campion, Elenco: Kate Winslet, Harvey Keitel, Pam Grier, Julie Hamilton, Tim Robertson, Sophie Lee, Daniel Wyllie, Paul Goddard, George Mangos. Duração: 115 min.