Hitman

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Como Hollywood acabou virando um imenso deserto de idéias, nada mais natural do que importar criatividade de outras mídias. Por isso, muitos produtores resolveram adaptar jogos de sucesso para a tela grande. Até aí, tudo bem. O espantoso é quando decidem transformar o desconhecido Hitman em um filme de sucesso.

Tudo bem. O game publicado pela Eidos até tinha seus fãs. Porém, em uma escala muito menor do que uma Lara Croft, por exemplo. Quer dizer, se acabaram os jogos de sucesso, vamos adaptar os fracassos também? É muito esforço para não ter de pensar em um novo roteiro...

A trama de Hitman é completamente batida. Não parece tão ruim quando se trata de um videogame, pois, afinal de contas, você controla o personagem e pode pelo menos fazer alguma coisa. No cinema, só resta o consolo de bocejar...

Tudo começa quando o agente 47 (Timothy Olyphant) é envolvido em um golpe político. Ele foi criado para ser um exímio matador de aluguel. Treinado desde a infância para ser implacável. Eis um sujeito que não precisa estar morto para manter o sangue frio...

O número 47 é uma referência aos dois últimos dígitos do código de barras que tem tatuado em sua nuca careca. Epa! Epa! Sim, você não leu errado. Um perigoso assassino de aluguel é careca e tem um código de barras na nuca. É o tipo de pessoa que não conseguiria se esconder de ninguém.

Por exemplo, na saída do aeroporto ou de um supermercado, o seu código de barras certamente iria apitar. De qualquer maneira, depois de receber a missão de matar o primeiro-ministro da Rússia, ele é traído por quem o contratou. Então, o agente 47 passa a ser perseguido pela Interpol e por militares russos. Enquanto foge pela Europa Oriental, matando tudo o que vier pela frente, precisa se preocupar em proteger Nika Boronina (Olga Kurylenko), uma garota que lhe desperta estranhas lembranças.

Diga-se de passagem, Olga Kurylenko mostra a que veio. A atriz, chegada a um bondage (consulte o dicionário ZeroZen também é cultura sexual), tenta a todo custo mostrar que é dos carecas que elas gostam mais. Porém, o herói do filme parece mais interessado em soprar a fumaça do cano das armas. A felicidade é mesmo uma arma quente, como diria John Lennon...

Como sempre acontece, Hitman - apesar de ser mais violento do que muitas adaptações de games - consegue desagradar os fãs do game e os fãs de cinema. Pelo menos, Olga Kurylenko é um consolo que impede o espectador de dormir. Já é mais do que fez o Uwe Boll...

Jota Tavares

(Hitman, EUA, 2007), Direção: Xavier Gens, Elenco: Timothy Olyphant, Dougray Scott, Olga Kurylenko, Robert Knepper, Ulrich Thomsen, Henry Ian Cusick, Michael Offei, Christian Erickson, Eriq Ebouaney, Joe Sheridan, James Faulkner, Jean-Marc Bellu, Nicky Naude, Abdou Sagna, Loïc Molla, Duração: 93 min.

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