A Casa Amaldiçoada
O diretor Jan De Bolt, que ficou dois anos sem filmar depois do fracasso de Velocidade Máxima 2— quem mandou colocar Carlinhos Brown na trilha sonora!— voltou a ativa com essa tentativa de terror insípida e anódina, que deve encurtar, ainda mais, sua carreira cinematográfica.
A Casa Amaldiçoada é a refilmagem de The Hauting( 1963), dirigido por Robert Wise. A história é sobre um psicólogo vivido por Liam Nelson, que no intuito de pesquisar o medo e a histeria humana, seleciona três losers, que são ludibriados a passarem uma semana numa mansão como parte de uma pesquisa sobre insônia. Temos então Nell( Lill Taylor) a problemática e esquisitona, Theo (Catherine Zeta-Jones) o bibelô ornamental e Luke (Owen Wilson) que é simplesmente um loser. A idéia é induzi-los ao pânico. Mas acontece que a mansão é assombrada, uh que meda, pelo fantasma de um industrial inglês chamado Hugh Crain.
Como todo bom fantasma que se preze Crain confunde Nell com sua ex-esposa. Mesmo que as duas nada se pareçam. Decididamente as pessoas não devem usar óculos no purgatório. No final se descobre que Nell é na verdade parente de Crain, numa resolução improvável e pouco plausível.
Graças ao roteiro fraco e pouco envolvente, o filme nunca chega a engrenar. Os personagens são tão mal construídos que parecem não ter qualquer característica própria. Para piorar as coisas, tenta-se compensar a mediocridade geral com efeitos especiais. Mas eles acabam sendo na maioria das vezes exagerados, alguns beirando o patético, e nada acrescentam na trama.
No final A Casa Amaldiçoada vai parar, sem qualquer esforço, na cova rasa das refilmagens desnecessárias e apócrifas que Hollywood comete a cada temporada. Como Psicose, Glória e tantas outras.
P.S.: Reparem numa cena em que a personagem de Lill Tayor folheia um álbum de fotos de aproximadamente 130 anos atrás e, pasmem, elas são coloridas!!!
(The Hauting, EUA, 1999) Direção: Jan De Bolt. Elenco: Liam Neeson, Catherine Zeta-Jones, Lill Taylor, Owen Wilson. 112 min..
