Guerra dos Mundos
A verdade é que Guerra dos Mundos se constitui, com certeza, em um dos piores filmes dirigidos por Steven Spielberg. Porém, há pelo menos um consolo para os críticos. Poucas obras têm uma sinopse tão fácil de redigir. Seria algo como: marcianos invadem a terrra, massacram todo mundo, mas acabam sendo derrotados de maneira absurdamente idiota.
A trama se baseia no livro de 1898 de H.G.Wells. A história já foi levada as telas anteriormente, em 1953. Na época, o filme se tornou um clássico da ficção científica com seus (d)efeitos especiais. Hoje, a coisa toda parece meio forçada demais. Por isso, fica difícil de imaginar o que levou Spielberg a embarcar nessa canoa furada.
O diretor, aliás, decididamente está contra a raça humana. É um verdadeiro massacre. A mortandade começa quando Ray Ferrier (Tom Cruise) volta para casa. Ele batalha alguns trocados nas docas e cumpre o horário de trabalho especificado pelo sindicato (pelego, capacho/o teu salário é baixo).
Para piorar, Ferrier é divorciado e tentar melhorar como pai. Seus dois filhos: Robbie (Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning) estão longe de achar seu progenitor um sujeito legal. Decididamente, sua vida está mais atrasada que tartaruga em desfile de lebre.
Por isso, sua ex-mulher Mary Ann (Miranda Otto) e o novo marido dela aproveitam para deixar o adolescente Robbie e a pequena Rachel aos seus cuidados durante o fim de semana. Enquanto, Ferrier banca a babá uma estranha e forte tempestade se inicia. Sim, os marcianos estão chegando (chegando estão os marcianos).
Ray assiste, em um cruzamento perto de sua casa, uma gigantesca máquina de guerra se erguer do chão. O aparelho que se move sob uma espécie de tripé atira um raio que simplesmente volatiza tudo o que atinge. Assim, começa o massacre. A partir daí, os humanos vão ser surrados impiedosamente por quase duas horas.
Ray, claro, tenta salvar a si mesmo e a seus filhos no meio do caos. Como se percebe, o roteiro de Guerra dos Mundos é ruim demais. Além disso, existem equívocos primários. Por exemplo, antes de atacar os marcianos emitem um pulso eletromagnético para eliminar todas as comunicações. Mesmo assim, uma equipe de reportagem consegue filmar o ataque. Como? É... nada como as incríveis filmadores norte-americanas.
Há também uma participação grotesca e desnecessária de Tim Robbins. Ele faz o papel de um maluco que oferece refúgio para o herói do filme. A coisa desanda para uma grotesca cena de assassinato. Outro momento infame é quando o filho de Ray decide ajudar os soldados no combate aos marcianos e se separa da sua família.
Para fechar com chave de ouro, Spielberg força um final redentor absurdamente imbecil. O curioso é que os marcianos só perdem a guerra devido a sujeira da Terra. A ZeroZen tem certeza que a sua mãe - depois de ver o filme - vai pensar duas vezes antes de mandar você tomar banho...
P.S. - Alguns críticos de fim de semana viram no filme uma analogia com o 11 de setembro. Por favor... A única comparação possível entre os dois é que ambos são desastres de proporções gigantescas...
(War Of The Worlds, EUA, 2005), Direção: Steven Spielberg, Elenco: Tom Cruise, Justin Chatwin, Dakota Fanning, Tim Robbins, Miranda Otto, David Alan Basche, Yul Vazquez, Amir Allak, Michalina Almindo, Michael Arthur, Cass Asher, Verton R. Banks, Duração: 116 min.