Grand Torino
Em Gran Torino Clint Eastwood chega muito perto de fazer o seu “Desejo de Matar” para terceira idade, que se traduz como um inexorável desejo de morrer.
No filme, Clint é Walt Kowalski, um veterano da Guerra da Coréia, conflito que a maioria dos jovens nunca ouviu falar, pois nunca rendeu um jogo de tiro digno de nota, como a Segunda Guerra Mundial, que após a morte da sua esposa tem que conviver com seus novos vizinhos coreanos, num bairro decadente da cidade.
O título do filme faz referência a um dos carros que Kowalski possui, um Gran Torino modelo 72, um clássico ‘muscle car’ americano, que atiça a cobiça das gangues de jovens locais. Incluindo seu novo vizinho, Thao que tem que roubá-lo como uma iniciação para entrar numa gangue.
Assim o preconceituoso, ranzinza e politicamente incorreto Kowalski vai, obviamente, aprender que o verdadeiro valor da amizade independe de raça ou credo. E de maneira, mais improvável ainda, vai se tornar uma espécie de vigilante do bairro.
Dirigido pelo próprio Clint Eastwood, Gran Torino é um filme menor, na filmografia do diretor. O personagem de Kowalski ofende negros, asiáticos, mexicanos e judeus sem discriminar ninguém: todos não prestam. Isso pode ser visto como um desafio à cartilha politicamente correta por alguns, ou como um subterfúgio para ser racista e culpar o avançar da idade. Clint, aos setenta e poucos anos, está mais para segunda opção...
(Gran Torino, EUA, 2008) Diretor: Clint Eastwood: Elenco: Christopher Carley, Bee Vang, Ahney Her, Brian Haley, Geraldine Hughes, Dreama Walker. Duração: 116 min.