Garfield
Garfield é um daqueles erros monumentais que de tempos em tempos Hollywood comete. Basta dizer que o famoso gato das histórias em quadrinhos acaba como coadjuvante de um cachorro. Infelizmente, o filme é infantil demais. Toda a ironia e mau-humor das tirinhas foram deixados de lado.
O roteiro quase não tem idéias para desenvolver. Bascamente, Garfield (feito em animação e com a voz de Bill Murray) passa os dias afundado numa poltrona confortável em frente à TV, saboreando seu prato favorito, lasanha. Para não se sentir um completo vagabundo, ele ainda aproveita para insultar de vez em quando o seu dono Jon (Breckin Meyer).
Contudo, um dia Jon decide levar Garfield para uma visita à bela veterinária Liz Wilson (Jennifer Love Hewitt). Para conquistar a moçoila, Jon aceita ficar com um cachorro chamado Oddie (de longe o melhor ator do filme). Então o mundo de Garfield entra em colapso.
Para que tudo volte a calma de antes, Garfield cria um plano infalível. Livrar-se de Oddie para sempre. Ele aproveita um momento de descuido e tranca-o para fora de casa. O cachorrinho então é capturado pelo malvado Happy Chapman (Stephen Tobolowsky). Ele pretende usar Odie como dançarino no seu show de TV, nem que para isso precise acionar uma coleira que dá choque no pobre animal.
Porém, Garfield, em uma atitude bizarra e inconcebível, se sente culpado e resolve partir para a ação. Ele decide resgatar Odie. Neste momento, o filme se transforma em uma aventura infantil e infantilóide. Muita correria, efeitos especiais e quase nenhum sinal de inteligência.
O grande problema do filme é a falta de personalidade e carisma de Garfield. Para os fãs do gato, o melhor a fazer é continuar a ler as histórias em quadrinhos. Ou se contentar com uma lasanha congelada.
(Garfield, EUA, 2004), Direção: Peter Hewitt, Elenco: Bill Murray, Breckin Meyer, Jennifer L. Hewitt, Stephen Tobolowsky, Geoffrey Gould, Debra Messing, Brad Garrett, Alan Cumming, David Eigenberg, Nick Cannon, J.D. Crew, Jerry Giles, Jerry Hauck, Duração: 85 min.