Festa em Família
Esse é o primeiro filme filmado dentro das normas preestabelecidas pelo manifesto Dogma 95, assinado pelos diretores Lars Von Trier e Thomas Vinterberg. Cá entre nós, manifesto cinematográfico é coisa de desocupado, jogada de marketing de gente que quer aparecer. Não é de se admirar que alguns cineastas gaúchos, no último festival de gramado se disseram seguidores do manifesto Dogma 95, e até criaram o manifesto Dogma 1,99 eles não são uma gracinha gente?. Afinal o quê o Dogma 95 prega é, basicamente, a elevação do cinema amadorístico ao estado de arte.
O filme é sobre a festa de aniversário do patriarca de uma família alemã, de quatro irmãos, cujo caçula se suicidou recentemente. A festa é armada desde o seu início para que um dos irmãos confronte o pai e lave a roupa suja da família. O fato de querer fazer isso em público não parece ser relevante.
Filmado em vídeo com luz natural, com as imagens quase sempre fora de foco, e montado com um ritmo nervoso e trepidante. As vezes parece um pouco com a nouvelle vague francesa pelo amadorismo, mas sem o hermetismo e o papo cabeça. Outras lembra um pouco o cinema nacional: todo mundo falando alto e ao mesmo tempo, sem qualquer chance de entendimento.
Com certeza não é algo que se veja todo dia. Mas pensando bem, também não é algo que se queira ver com muita freqüência.
(Festen, Dinamarca, 1998) Direção: Thomas Vinterberg. Elenco: Ulrich Thomse, Henning Moritzen, Thomes Bo Larsen. 105 mim.
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