Escorpião Rei

Os americanos escolhem pessoas muito estranhas para chamarem de ídolos. Um destes casos é o do astro da luta-livre The Rock. O lutador só aceitou fazer o papel de vilão em O Retorno da Múmia se os produtores o deixassem estrelar um filme sozinho. Por incrível que pareça os chefões de Hollywood cumpriram mesmo a promessa e fizeram algo chamado Escorpião Rei.

Curiosamente o filme acabou se tornando um daqueles sucessos inesperados, tanto que deve ganhar uma continuação. Verdade seja dita, se Escorpião Rei tem algum mérito é de não se levar a sério um único instante. Aliás, os produtores poderiam poupar a humanidade de Escorpião Rei não levando a sério um roteiro risível desses e engavetando a idéia pelos próximos cem anos.

A trama começa há cinco mil anos atrás quando um cruel demônio chamado Memnon (Steven Brand) acreditava estar destinado a dominar todos os povos do deserto. As tribos, com medo de serem massacradas, se unem e resolvem contratar um mercenário assassino Mathayus (The Rock) para matar o feiticeiro. Mathayus descobre que Memnon possui uma feiticeira capaz de prever o futuro, a bela Cassandra (Kelly Hu). Aliás, Kelly Hu é a melhor coisa de Escorpião Rei. Depois de muita pancadaria, o mercenário rapta a bruxa e a leva para o Vale da Morte, onde vão se preparar para a batalha final.

Não existe nada de novo em Escorpião Rei. De certa forma parece ser um Conan, o Bárbaro feito com mais tecnologia e efeitos especiais. Muita gente vai querer justificar a obra dizendo que se não a pessoa não espera muito de um filme, vai se divertir bastante. Mas ele devem dizer isto por que entraram de graça no cinema. Quando se trata de gastar o dinheiro dos outros, tudo bem. Mas mamar no escorpião, digo, na vaca ninguém quer.

J. Tavares

(The Scorpion King, EUA, 2002), Direção: Chuck Russell, Elenco: The Rock, Michael Clarke Duncan, Steven Brand, Kelly Hu, Bernard Hill ,Grant Heslov , Peter Facinelli, Ralf Moeller, Sherri Howard, Duração 92 min.

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