Elektra

A personagem Elektra, criada por Frank Miller, nos quadrinhos era uma ninja assassina. Bem, em sua adaptação para o cinema, tudo o que o público esperava era uma boa dose de sangue e tripas. Claro que nada disso acontece. Elektra virou uma matadora mais casta do que a Madre Teresa de Calcutá.

O filme bagunça completamente a origem de Elektra. Praticamente não há motivações para o que a heroína decide fazer. De qualquer maneira Elektra Natchios (Jennifer Garner) é uma assassina de aluguel. Ela aprendeu tudo o que sabe com Stick (Terence Stamp), um mestre de artes marciais cego.

Porém, Elektra não acredita muito em dar a outra face e decide trilhar outros caminhos. Chega de ficar aturando lições de moral sem fundamento. Decididamente, ela não nasceu para ser um karatê kid da vida. Então, corta suas ligações com o mundo, vivendo somente para o seu próximo trabalho.

Contudo, um belo dia, ela é contratada par matar a jovem Abby (Kirsten Prout) e seu pai Mark (Goran Visnjic). Em uma atitude pouco profissional, digna de uma amadora, acaba se tornando amiga da família. Para piorar as coisas, o pai e a garota estão sendo perseguidos pela perigosa organização O Tentáculo, uma espécie de sindicato do crime cujos membros são praticantes da arte marcial negra, a ninjitsu.

Elektra passa a protegê-los, sem receber nada em troca. Sim, ninjas assassinas são caridosas por natureza. Para fechar a lambança com chave de ouro, a jovem Abb se mostra uma exímia lutadora. Como se pode perceber, um filme desse gênero para dar certo jamais poderia ter um personagem infantil no elenco.

Nem precisa dizer que Jennifer Garner recheando o uniforme vermelho de Elektra é a melhor coisa do filme. Até mesmo, as seqüências de luta que, em tese, deveriam ser o ponto alto da trama são patéticas. Os efeitos especiais também ficam muito abaixo do esperado.

Elektra, que apareceu pela primeira vez em 1981 (no gibi Daredevil # 168) sempre foi uma personagem secundária dentro do universo do Demolidor. O resultado de suas aventuras na tela grande não poderia ser diferente. Decididamente, a Marvel tem apostas bem melhores.

J. Tavares

(Elektra, EUA, 2003), Direção: Rob Bowman, Elenco: Jennifer Garner, Terence Stamp, Will Yun Lee, Goran Visnjic, Cary-H. Tagawa, Chris Ackerman, Nathaniel Arcand, Colin Cunningham, Jason Isaacs, Hiro Kanagawa, Natassia Malthe, Jana Mitsoula, Kirsten Prout, Bob Sapp, Duração: 98 min..

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