Efeito Colateral

Certas pessoas não sabem dar valor a sorte que tem. Não conseguem ler os sinais que o universo mostra a todo instante. Por exemplo, Arnold Schwarzenegger. Um cara que não sabe atuar e sequer fala inglês direito se tornou um astro de Hollywood. Sua carreira, entretanto, há muitos anos está em plena queda livre. E quando estava prestes a lançar Efeito Colateral houve o atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos. Azar da humanidade, sorte de Schwarzenegger.

Como a trama de Efeito Colateral mostra um bombeiro Gordy Brewer (Arnold Schwarzenegger), que depois de perder a mulher e a filha em um atentado terrorista, resolve dar o troco e sair trucidando todos os criminosos, seria pouco apropriado lançar algo do gênero enquanto os americanos ainda deglutiam o trauma da queda das torrres do World Trade Center. Isto é sorte. Os produtores resolveram adiar a estréia do filme de Schwarzenegger.

Infelizmente o ator (sic e sci) não deu ouvidos ao bafejo da sorte. Deveria ter ficado quieto e engavetado um projeto tão absurdo quanto Efeito Colateral. Ninguém ia reclamar. Era a desculpa perfeita para evitar um fiasco de maneira digna. Claro que quando o flme chegou aos cinemas fracassou rotundamente e provou que Schwarzenegger está completamente acabado.

O mais engraçado em Efeito Colateral (tirando o roteiro risível e os diálogos que beiram a indigência mental) são os atores convidados. John Leguizamo e John Turturro estão nitidamente constrangidos. Tanto que dão um jeito de sairem logo de cena para evitar maiores problemas. Provavelmente o sucesso de Schwarzenegger nos anos 80 acabou gerando vários efeitos colaterais como esta bomba monumental.

J. Tavares

(Collateral Damage, EUA, 2002), Direção: Andrew Davis, Elenco: Arnold Schwarzenegger, Elias Koteas, Francesca Neri, John Leguizamo, John Turturro, Cliff Curtis, Duração: 109 min..

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