Dupla explosiva

Certos filmes já vêm com a piada pronta. Nem precisa ser um gênio para perceber que Dupla explosiva é uma bomba. Para completar o serviço, o diretor do filme se chama Kaos(?!). Fala sério. O resultado de tanta incompetência cinematográfica só poderia ser mesmo o caos.

O filme decididamente é um insulto à inteligência do espectador. Tudo é motivo para que ocorram explosões na tela, enquanto os atores andam em câmera lenta ao som de Crystal Method. Jonathan Ecks (Antonio Banderas) é um agente bebum e decadente do FBI. Ele recebe uma missão que vai obrigá-lo se unir com seu mais mortal inimigo, Sever (Lucy Liu), uma velha agente da NSA com quem trava um combate mortal.

Ou seja, daí é que surge Ecks vs. Sever do título original. Já o Ballistic não faz o menor sentido, o que parece ser mesmo o objetivo do filme. A trama é mais enrolada que namoro de vesgo. Sever seqüestra a filha de um gangster, que antigamente trabalhou no FBI. Por que ela faz isso? Simples. O vilão pôs uma microaranha robô escondida na própria filha.

O dispositivo pode matar uma pessoa sem deixar rastros. É o assassino perfeito. Para impedir que a aranha caia em mãos erradas (epa!). O FBI manda Ecks atrás de Sever. Para deixar tudo mais patético, Ecks já teve um caso com a mãe da menina seqüestrada.

Dupla explosiva é tão ruim que chega a ser engraçado. Um pouco mais de amadorismo e seria um trash-movie de primeira. Há quem interessar possa: o verdadeiro nome do diretor Kaos é Wych Kaosayananda. Se bem que a essas alturas do campeonato ele já deve ter inventado um novo pseudônimo.

J. Tavares

(Ballistic: Ecks vs. Sever, EUA, 2002), Direção: Kaos (Wych Kaosayananda). Elenco: Antonio Banderas, Lucy Liu, Ray Park, Gregg Henry, Terry Chen, Aidan Drummond, Miguel Sandoval, Talisa Soto. Duração: 91 min.

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