Doidas Demais

A coisa mais impressionante em Doidas Demais é o botox de Goldie Hawn. Sério. Apesar de já ser famosa no tempo do cinema mudo, a mãe de Kate Hudson continua igual. Não há uma ruga em sua face. É simplesmente incrível. Um trabalho de cirurgião plástico de fazer inveja ao Pitanguy.

Aliás, o único motivo de filmar algo como Doidas Demais só pode ser esse: mostrar o desenvolvimento da aplicação de botox em Hollywood. Na trama, Suzette (Goldie Hawn) é uma tiete sonhadora que vive do passado. Mais especificamente em alguma parte dos anos 60. Porém, quem vive de passado é museu. Agora Suzette é uma mala-sem-alça, que vive alugando incautos para contar histórias do seu tempo de glória.

Claro que com uma personalidade tão cativante, Suzette é despedida de seu emprego em uma boate. Então decide botar o pé na estrada e procurar antiga amiga Lavinia
(Susan Sarandon) para pedir uns trocados. No caminho de Phoenix, Suzette dá carona para o neurótico escritor Harry (Geoffrey Rush, completamente perdido), que está indo para a mesma cidade para se vingar do pai. Infelizmente para a ex-tiete sua amiga mudou e muito. Lavinia largou aquela vida de sexo, drogas e rock'n'roll (não necessariamente nesta ordem) para ser uma boa mãe de família.

Suzette passa a tentar convencer Lavinia a conviver com o seu passado, enquanto Lavinia mostra a Suzette que é preciso aprender a não viver só no passado. Então tá. Acredite quem quiser: Goldie Hawn foi indicada ao Prêmio de Melhor Aplicação de Botox, digo, ao Globo de Ouro em 2002, por este papel. Com uma trilha sonora de gosto discutível, Doidas Demais leva do nada ao lugar nenhum. Enfim, as tietes não morrem, apenas tem uma vida curta...

Paulo Pinheiro

(The Banger Sisters, EUA, 2002), Direção e roteiro: Bob Dolman, Elenco: Goldie Hawn, Susan Sarandon, Geoffrey Rush, Erika Christensen, Robin Thomas, Eva Amurri, Matthew Carey, Andre Ware, Duração: 97 min.

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