Divisão de Homicídios

Harrison Ford chegou ao fundo do poço. Só isso justifica sua presença em Divisão de Homicídios. O filme para ser considerado ruim precisa ser esforçar bastante. Se Ford achou que o maremoto de clichês do roteiro seria capaz de adiar sua aposentadoria se enganou redondamente...

O veterano policial Joe Galvani (Harrison Ford) se considera um tira esperto. Bem, se ele é tão inteligente assim por que continua como policial? De qualquer maneira, Galvani também trabalha como corretor de imóveis. Ou seja, policiais americanos têm mesmo muito tempo livre.

Como não poderia deixar de ser ele tem um parceiro novato. K.C. Calden (Hartnett), que também não parece muito interessado em ser policial. Calden prefere passar o dia tentando ser ator ou dando aulas de ioga. Realmente, com uma dupla tão ativa e motivada os índices de criminalidade só podem subir vertiginosamente.

Galvani e Calden acabam designados para investigar um assassinato que envolve um grupo de rap. Então é preciso investigar a perigosa indústria fonográfica de Los Angeles. De fato, ser obrigado a escutar tanta música ruim já justificaria um adicional de insalubridade.

Pouco importa quem é o culpado ou até mesmo a solução do crime. O filme se arrasta de maneira constragedora. Lena Olin e Lolita Davidovitch fazem participações especiais, mas têm a sorte de aparecer pouco em cena. Enfim, Divisão de Homícidios é um filme policial que funciona perfeitamente como uma comédia sem graça.

Paulo Pinheiro

(Hollywood Homicide, EUA, 2002), Direção: Ron Shelton, Elenco: Harrison Ford, Josh Hartnett, Lena Olin, Bruce Greenwood, Lolita Davidovitch, Duração: 111 min.

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