Os Últimos Embalos da Disco
A música disco foi, com certeza, uma das piores e mais nocivas modas surgidas no século passado. Tão rápida surgiu, logo desapareceu. E ninguém, realmente, sentiu muita falta. Com exceção talvez do diretor Whit Stillman, que dirigiu, escreveu e produziu, com igual incompetência, "Os Últimos Embalos da Disco". O filme narra a história de duas pistoleiras a procura, Alice( Chlöe Sevigny) e Charlotte (Kate Beckinsale). Durante o dia trabalham numa editora de livros e são, basicamente, duas perdedoras com péssimo gosto musical. A noite elas se divertem dançando num clube disco de Nova York, que lembra vagamente o manjado Studio 54. Não é preciso muito para perceber que o filme sofre de um periclitante caso de falta de assunto e interesse.
Como se não bastasse o fiapo de história, os personagens do filme agem como se a disco fosse um movimento social, são articulados e travam diálogos intermináveis e absurdos típicos do chamado cinema independente americano. A idéia que o filme parece querer passar, é que as pessoas que ouviam disco eram culturalmente superiores e não estavam apenas interessadas em se divertir. O quê, cá entre nós, é uma estultice de marca maior. Pois nega, praticamente, toda a cultura hedonista da década de 70.
Os Últimos Embalos da Disco é ainda por cima conservador: Alice pega uma doença venérea e Charlotte tem apenas um único parceiro sexual durante o filme todo. E ainda usa o velho truque de ficar ligeiramente grávida para segurar o seu homem. Simplesmente patético.
P.S.: O engraçado é, que no fim das contas, ninguém parece saber dançar no filme...
(Last Days of Disco, EUA, 1998) Direção:Whit Stillman. Elenco: Chlöe Sevigny, Kate Beckinsale, Chris Eigeman, Tara Subkoff. 114 min.