Dançando no Escuro
Honestamente fazer um musical com canções da Björk só pode ser idéia de jerico. Dançando no Escuro seria um grande filme se a islandesa não abrisse a boca para cantar. O filme venceu a Palma de Ouro no festival de Cannes 2000 e Björk ainda levou para casa o prêmio de melhor atriz com uma certa justiça. O problema é que Dançando no Escuro é o primeiro musical sem música da história do cinema.
Selma (Björk), é uma imigrante tcheca que trabalha em uma fábrica. Ela tem uma doença rara que está lhe deixando progressivamente cega. Mesmo assim, engana os médicos que a examinam e faz horas extras no trabalho. Tudo para conseguir dinheiro para seu filho de 11 anos, Gene (Vladan Kostic). Se ele não fizer uma cara operação no tempo certo terá um destino igual ao da sua mãe.
Poucas vezes se viu no cinema um pesonagem tão patético como o interpretado Björk. Como uma espécie de fuga, Selma fantasia ser uma heroína dos filmes musicais americanos da década de 40 e 50. Vai ao cinema levada pela amiga e protetora Kathy (Catherine Deneuve), mas mal consegue perceber as figuras na tela grande. Como tudo indica ao longo do filme, vai acontecer uma tragédia que vai mudar os planos de Selma.
O diretor dinamarquês Lars Von Trier é um dos seguidores do Dogma 95. Portanto há uma overdose de ângulos tortos e câmeras tremidas. Trier, em alguns momentos, resolve esquece as limitações do Dogma e começa a fazer cinema de verdade. Infelizmente, Dançando no Escuro é mais um musical irritante do que um grande drama.
(Dancer in the Dark, DIN/SUE, 2000), Direção: Lars von Trier, Elenco: Björk, Catherine Deneuve, Peter Stormare, David Morse, Vladan Kostic, Joel Grey, Cara Seymour, Duração: 128 min.
